Folha de S.Paulo

Declaraçõe­s de réu do ISS são falsas, diz Ministério Público

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são paulo Em nota oficial, o Ministério Público de São Paulo defendeu a atuação do promotor Roberto Bodini e disse que as declaraçõe­s do réu Ronilson Rodrigues, “cotejada com os fatos, mostramse totalmente falsas”.

Afirma que não há, por parte do Ministério Público paulista, nenhuma tentativa de implicar o ex-prefeito de São Paulo e atual ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), uma vez que isso, por conta do foro privilegia­do, levaria o caso para o STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo a nota, a prisão da esposa do ex-subsecretá­rio da Recita Municipal não foi pedida pelo Ministério Público, mas decretada de ofício pelo juiz. “Tampouco procede a versão segundo a qual o promotor Roberto Bodini pediu a sua absolvição [da esposa].”

“No que tange à efetiva participaç­ão da esposa do senhor Ronilson no esquema, o Ministério Público recorreu justamente para que a segunda instância reforme a sentença e ela seja condenada pelo crime de lavagem de dinheiro”, afirma o texto.

“Diferentem­ente do que diz o réu, nenhum membro do Ministério Público utiliza, em sua atuação, qualquer expediente à margem da lei, o que evidenteme­nte inclui a alegada e inexistent­e ameaça contra qualquer pessoa da família do investigad­o”, diz.

A Folha procurou também Eduardo Barcellos, ex-diretor de arrecadaçõ­es da Prefeitura de São Paulo, citado na entrevista. Gustavo Badaró, seu advogado, afirma que seu cliente colabora com a Justiça e declara apenas aquilo que sabe e que tem condições de provar.

O advogado afirma que Barcellos nãoteminte­ressealgum em mentir, mesmo porque, se o fizesse, não conseguiri­a provar suas afirmações e, com isso, segundo o acordo de delação assinado em maio de 2015, perderia os benefícios.

A Folha procurou o outro réu, Luís Alexandre Ferreira da Silva, ex-agente fiscal, também citado na entrevista do ex-subsecretá­rio. Seu advogado, Thiago Sayeg, diz que o seu cliente confirma que fez delação premiada sob pressão do Ministério Público.

“Ele diz que ficou com medo de perder a guarda do filho”, afirma o advogado, que não atuava à época da assinatura do termo de delação. Segundo o advogado, a colaboraçã­o premiada de Luís Alexandre foi revogada posteriorm­ente, a pedido do Ministério Público.

“O Ministério Público afiança que o trabalho do promotor Roberto Bodini e dos demaismemb­rosdoGedec[Grupo Especial de Delitos Econômicos] se dá dentro dos mais rigorosos padrões da técnica e do profission­alismo”, afirma o texto encaminhad­o à Folha.

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Rivaldo Gomes/Folhapress Corpo de morador de rua encontrado morto de madrugada na zona oeste de SP; causa será investigad­a

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