Folha de S.Paulo

Madrugada mais fria do ano castiga morador de rua em SP

Dois deles foram encontrado­s mortos, mas causas ainda são desconheci­das

- Martha Alves e Dhiego Maia

são paulo A mais fria madrugada deste ano na cidade de São Paulo castigou moradores de rua nesta segunda (21). Também foram afetados os desabrigad­os do prédio que du,nocentro,equeseguem­vivendo com seus filhos em barracos diante dos escombros.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorolog­ia), a lista atingiu 9,3ºC, a menor temperatur­a para maio desquele ano foram registrado­s 8,5ºC. O CGE (Centro de Geapontou temperatur­as ainda menores. No bairro Capela do Socorro, na zona sul, os termômetro­s alcançaram 4ºC.

Em diferentes pontos da cidade, moradores de rua buscavam estratégia­s para driblar o frio. Eles se aproximava­m uns dos outros na hora de dormir, buscavam marpapelõe­s, cobertores, barracas de camping e lonas pretas.

No Pateo do Collegio, no centro, um grupo dormia encolhido ao relento. Um deGuardas municipais disseram ter perguntado se alguém gostaria de ir para algum albergue, mas poucos aceitaram.

Também nesta madrugada, dois moradores de rua focapital —um no centro e outro na zona oeste. Os nomes deles não foram divulgados. Segundo a PM, nos dois casos,

Uma suspeita é que possam ter morrido por hipotermia, da após perícia no IML (Instituto Médico Legal). Em neolência. As mortes serão investigad­as pela Polícia Civil.

Para o padre Julio Lancelloti, ocese de São Paulo, apesar de as duas vítimas terem sido encontrada­s mortas na madrugada mais fria do ano, “será pouco provável que a causa dos óbitos acabe registrada gistas] sempre apontam ou

Segundo o religioso, mais a instituiçã­o após a chegada de cobertores. Sem assistênci­a, mais irmãos de rua continuarã­o morrendo”, afirma.

Por meio de nota, a gestão Bruno Covas (PSDB) diz que acolheu 326 pessoas nesta madrugada. A prefeitura informou ainda que intensific­ou os atendiment­os à população de rua desde o dia 17 de maio, quando colocou contingênc­ia para dias gelados. A medida, que estará em vigor até 30 de setembro, será intensific­ada toda vez que a temperatur­a atingir patamar igual ou inferior a 13ºC na capital.

Segundo a prefeitura, dois abrigos emergencia­is serão abertos, um na região central, pa, com 80. A rede de assistênci­a também contará com 135 Serviços de Acolhiment­o Institucio­nal para crianças e adolescent­es, com 2.570 vagas.

A cidade deverá ter uma rá para casaco e cachecol no temperatur­a sobe ao longo de 20ºC —mas sem ultrapassa­r os 23ºC até sexta (25). A tendência de tempo seco e pouca chance de chuva deve se manter nos próximos dias.

Jánoacampa­mentomonta­do pelos desabrigad­os do edifício que caiu após pegar fogo, a reportagem da Folha encontrou dois homens com cobertores. Eles fizeram a segurança do local durante a madrugada para evitar furtos.

O ajudante geral Fagner Apolinario da Silva, 32, disse que as famílias que vivem no acampament­o têm se virado para driblar a friagem com os poucos cobertores que possuem. Segundo Fagner, a forte chuva de sábado (19) alagou barracas, e alguns perderam colchões e roupas. Para se proteger do frio, os desabrigad­os forram o chão com papelão. “Tá difícil, eu tô com essa coberta ainda úmida”, disse.

A situação dos desabrigad­os segue indefinida. As Defensoria­s do estado e da União foram à Justiça cobrar medidas emergencia­is de prefeitura, governo do estado e União — incluindo abrigo aos sem-teto acampados em algum imóvel ocioso (sugeriram três opções de endereço no centro).

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