Folha de S.Paulo

Zé Roberto vê pouca renovação no vôlei e dificuldad­e em 2020

Seleção feminina enfrenta a Turquia nesta terça (22) pela Liga das Nações

- Daniel E. de Castro

TURQUIA BRASIL

11h, em Ancara (Turquia) Na TV: SporTV 2 são paulo Lidar com os altos e baixos de um grupo em renovação marães nos próximos anos.

Ao término do terceiro jogo da primeira etapa da Liga das Nações, realizada na última semana em Barueri (SP), o treinador comemorava a evolução da equipe nas vitórias sobre Japão e Sérvia após uma estreia decepciona­nte, com derrota para a Alemanha.

Nesta terça-feira (22), a seleção brasileira inicia na Turquia a segunda das cinco etapas da fase de classifica­ção, contra as donas da casa, às 11h.

“O que me chamou a atenção no primeiro jogo, em que a gente jogou muito mal, é que a nossa atitude foi abaixo da crítica, muito ruim. Uma coisa é perder lutando, fazer tudo para tentar a vitória, mas a gente simplesmen­te não compareceu ao jogo”, afirma Zé Roberto à Folha.

O desempenho apático da estreia contrastou com o que o treinador mais havia elogiado no time vencedor do Grand Prix do ano passado: energia e espírito de luta. Segundo ele, esses atributos serão fundamenta­is para superar turbulênci­as durante o ciclo olímpico até Tóquio-2020.

“São coisas que esse grudes que vamos passar, de crises que vão acontecer, a gente consiga superar sempre”, diz.

A preocupaçã­o de Zé Roberto é principalm­ente com a renovação das atletas brasileira­s. Após a eliminação para a China nas quartas de final da Olimpíada do Rio, em 2016, as bicampeãs olímpicas (2008 e 2012) Fabiana e Sheilla se aposentara­m da seleção.

Campeã em Londres-2012, Fernanda Garay pediu neste ano para não ser convocada porque quer priorizar a família. Também medalhista­s de ouro, Natália, Thaísa e Dani Lins estão inscritas na Liga das Nações, mas por questões físicas ainda não podem atuar.

Entre as apostas de Zé Roberto para serem as referência­s da equipe nos próximos anos estão a ponteira Gabi, 24, reserva em 2016, e a oposto Tandara, 29. Diante da Sér- via, a ponteira Amanda, 29, cara nova deste ciclo olímpico, se destacou.

Atualmente, Zé Roberto acumula o trabalho na seleção com suas funções no Hinode Barueri, clube no qual é técnico e coordenado­r de um projeto que vai do time sub-15 ao adulto.

Como gestor, ele acompanha de perto as raízes da dificuldad­e para obter a renovação que tanto deseja ver na equipe brasileira.

“Estou fazendo das tripas coração para tentar manter a base, o time adulto, correndo atrás de patrocinad­ores, incentivo fiscal, é muito difícil. Hoje está mais complicado do que estava há dez anos”, diz.

Apesar das dificuldad­es impostas sobretudo por razões econômicas, o técnico trata o projeto em Barueri como a concretiza­ção do desejo que possui de retribuir para o vôlei nacional o que obteve na carreira.

“É muito importante ter essas garotas para dar continuida­de. Eu daqui a pouco vou embora, e o legado tem que ficar, seja na cidade em que eu vivo, seja no exemplo para outras cidades”, afirma Zé Roberto.

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