Folha de S.Paulo

Festivais de rock e MPB visam oferecer experiênci­a que vá além dos shows

Breve, Madá e Vento usam astros para projetar novatos; recifense Coquetel Molotov terá versão em SP

- -Rafael Gregorio

são paulo Responsáve­is por elevar artistas dos nichos ao mainstream, festivais de rock e MPB divulgaram nos últimos dias suas escalações para 2018.

Sobressaem a mescla de nomes consagrado­s e expoentes das novas gerações e a aposta em gerar experiênci­as que ultrapasse­m a dimensão das apresentaç­ões musicais.

Isso significa promover causas, como o combate ao assédio, associar-se a marcas para ações junto ao público e incluir na agenda palestras, oficinas e festas, entre outros.

O Breve Festival reforçouse do veterano Caetano Veloso, no show “Ofertório”, para projetar nomes como as cantoras Pabllo Vittar e Letrux e a banda goiana Carne Doce.

Ampliado de um dia para dois nesta segunda edição, em 25/8 e 26/8, o evento em Belo Horizonte (MG) usa lições de outros mercados para se posicionar, diz o curador e idealizado­r Guilherme Rabelo, 36.

“A Villa Mix parece um eterno festival: o cara passa o dia vivendo aquilo”, diz, referindo-se à casa de shows sertanejos em São Paulo, notória por oferecer serviços como cabeleirei­ros e massagista­s.

Segundo ele, “aquele formato de show engessado acabou; o público quer experiênci­as”.

Rabelo ressalta que a forma de apresentar os artistas é uma das lições que as novas gerações de rock e MPB aprenderam —ou devem aprender.

“Um show de uma banda não vai girar sozinho, como nem os sertanejos giram sós. Mas, se você apresentar isso envelopado em um conceito, deixa de ser apenas música.”

Jarmeson de Lima, 38, um dos curadores do recifense Coquetel Molotov, concorda:

“A gente sempre reflete sobre o festival de música não só como um revelador de talentos mas como gerador de momentos e de sociabilid­ade.”

Marco da agenda cultural de Recife, o evento celebra 15 anos e terá pela primeira vez uma versão em São Paulo —festival e réplica paulistana acontecem em novembro.

Públicos se misturam, diz Lima, e cabe ao curador entender a evolução do mercado.

A mescla de nomes consagrado­s com apostas e a tentativa de fazer da visita ao festival de música uma experiênci­a seguem passos trilhados por outro evento, o goiano Bananada, que encerrou há algumas semanas sua 20ª edição.

Tido como modelo por outros festivais, o evento investiu em Gilberto Gil para alçar Carne Doce, Rincon Sapiência, Pabllo Vittar, Larissa Luz e Baiana System —somados à cantora Letrux, eles formam o time de artistas com mais circulação em festivais neste ano.

Outros destaques desse circuito de rock nacional e MPB divulgaram atrações em 2018.

O Vento Festival, de 31/5 a 3/6, em São Sebastião (SP), aposta no charme do centro histórico da cidade para destacar em sua quarta edição bandas como Maglore e as cantoras Luedji Luna, Tiê e Letrux.

Já o veterano Madá, em Natal (RN), que desde 1998 integra o calendário de festivais, destaca neste ano os grupos Cordel do Fogo Encantado, Baiana System e Nação Zumbi.

Veja escalações e ingressos em folha.com/giwsoj5x.

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Ana Alexandrin­o/Divulgação A cantora carioca Letícia Novaes, a Letrux, um dos destaques nas escalações dos eventos dedicados às novas gerações do rock e da MPB

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