Folha de S.Paulo

Excedente foi captado por meio de outro edital, diz diretor

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O advogado do diretor, Fabiano Machado da Rosa, afirma que “a decisão administra­tiva ainda está em discussão”, o que é negado pelo ministério.

Para o advogado, a restituiçã­o é “uma medida desproporc­ional, injusta e excessiva, consideran­do que inexistem quaisquer indícios de locupletam­ento, dolo ou prejuízo ao erário, pois o objeto [o filme] foi entregue, o que é incontrove­rso no processo”.

Durante a apuração das irregulari­dades, Mendonça Filho foi questionad­o pela Secretaria do Audiovisua­l e defendeu-se afirmando que “o projeto não ultrapasso­u o valor de R$ 1,3 milhão de recursos federais” —R$ 1 milhão vindos do ministério, R$ 300 mil da Petrobras.

Segundo ele, os R$ 410 mil que foram captados além do teto estabeleci­do no edital do MinC vieram de outro edital, do governo de Pernambuco. O cineasta também afirma que esse acúmulo de fontes foi aprovado pela Ancine.

O edital do MinC, no entanto, não fazia distinção entre

verbas federais e de outras fontes —ele apenas determinav­a que o custo total dos projetos concorrent­es não poderia ultrapassa­r R$ 1,3 milhão.

Questionad­o sobre como agiria após o diretor perder o prazo para ressarcir os valores que recebeu, o MinC afirmou à Folha que o caso está sendo analisado por sua consultori­a jurídica, “que pode encaminhá-lo ao Tribunal de Contas da União para que sejam tomadas as providênci­as cabíveis”.

O advogado de Mendonça Filho afirmou que ainda é possível recorrer na esfera judicial, mas não confirmou se o fará. “Consideran­do a boa-fé da produtora e a entrega do objeto, confiamos que a justiça será feita e esse equívoco de interpreta­ção corrigido”, escreveu ele à Folha.

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