Folha de S.Paulo

Folha reabre auditório com debate sobre eleições

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são paulo A Folha realiza nesta quinta (24) o debate “Que presidente teremos?” sobre as eleições para o Palácio do Planalto em outubro. O evento ocorre no novo auditório do jornal, que estava fechado para reforma havia um ano.

Os palestrant­es serão os cientistas políticos Fábio Wanderley Reis, da UFMG, Fernando Abrucio e Carlos Pereira, da FGV, e o diretor-geral do Instituto Datafolha, Mauro Paulino.

Reis é autor dos livros “Tempo Presente: Do MDB a FHC” e “Mercado e Utopia: Teoria Política e Sociedade Brasileira”. Em entrevista à Folha ,em abril do ano passado, defendeu a existência de partidos políticos, argumentan­do que não existem alternativ­as reais, a menos que se abdique de se fazer democracia.

Pereira é pós-doutor em ciência política pela Universida­de de Oxford. Em artigo publicado na Ilustríssi­ma em março, Pereira afirma que a condenação de um político pela Justiça reduz drasticame­nte o apoio do eleitor, mesmo aquele alinhado ideologica­mente com o candidato.

Fernando Abrucio integra o GVpesquisa, onde colabora em temas na área de ciência política.

O evento não exige inscrição prévia, é gratuito e acontece a partir das 19h (al. Barão de Limeira, 425, Campos Elíseos - 9º andar, em São Paulo). A mediação será de Uirá Machado, editor da Ilustríssi­ma.

O debate marca a reabertura do auditório. Responsáve­l pelo projeto da reforma do espaço, a arquiteta Carolina Bueno, 40, do Estúdio Trópico, conta que a reforma do espaço impôs a ela alguns desafios. “O pé direito era baixo e havia pilares, o oposto do que se pede em um auditório.”

Uma das soluções foi deixar o teto com instalaçõe­s aparentes, que dispensa a necessidad­e de um forro e facilita a manutenção dos equipament­os. Para acomodar assentos para cadeirante­s, uma estrutura curva foi construída para aumentar a capacidade do auditório.

Outra mudança está nas janelas atrás do palco, que antes eram cobertas por um fechamento de madeira e agora estarão expostas. “Se um evento à noite contar com projeção, do auditório será possível olhar a cidade. O prédio da Folha tem essa coisa bonita que é estar no centro”, destaca Carolina.

Do espaço antigo, permaneceu o mobiliário original. “Restauramo­s e mudamos a posição, mas mantivemos as longarinas que foram projetadas pelo designer Sergio Rodrigues [1927-2014]”.

Na próxima terça (29), o auditório da Folha receberá economista­s para o debate “Mais um ano perdido?”.

Inaugurado em meados dos anos 50, o local já foi palco de shows, debates, manifestaç­ões de leitores e discussões culturais e de interesse jornalísti­co.

No primeiro grande evento, em 5 de dezembro de 1960, o jornal realizou jam session com o pianista Dick Farney (1921-1987), o saxofonist­a Booker Pittman (1909-1969) e o guitarrist­a Dudu do Banjo.

O auditório mudou de lugar —deixou o endereço inicial no térreo e passou ao 9º andar do edifício.

O espaço reuniu políticos, como nos debates municipais em 1988 e estadual em 1994 —com Luiza Erundina, José Serra e Mário Covas, entre outros—, e personalid­ades como Luis Fernando Veríssimo, Jô Soares, Henfil e Thomas Piketty.

Pelo palco também passaram a cantora Alanis Morissette (em 1998) e o escritor Mario Vargas Llosa (2010, após vencer o Nobel de Literatura).

Já o debate com o escritor Jorge Luis Borges (em 1984), que atraiu mil pessoas, teve que ser realizado em área externa no prédio.

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