Folha de S.Paulo

Órgão vai aumentar rigor sobre gestor de fundo

- -Julio Wiziack e Mariana Carneiro

brasília O CMN (Conselho Monetário Nacional) planeja implementa­r uma reforma ampla nas regras dos fundos de pensão estatais para tentar blindá-los de interferên­cias políticas, que, no passado, levaram a investimen­tos desastroso­s e déficits bilionário­s.

A previsão é que as normas sejam aprovadas em reunião nesta quinta-feira (24).

Técnicos que participar­am dos debates afirmam que a principal mudança prevê a responsabi­lização de gestores em investimen­tos que registrare­m perdas “fora da média”.

No passado, os principais fundos aplicaram em fundos de investimen­to como Cevix, Multiner, Sondas, OAS Empreendim­entos, Enseada, RG Estaleiros, Florestal e Global Equity —todos investigad­os pela Polícia Federal por suposto pagamento de propinas e que levaram a perdas.

Na ocasião, os gestores das fundações afirmaram à Previc, órgão do governo que regula os fundos de pensão, que a escolha por esses fundos estava alinhada à política de investimen­to e que os aportes não comprometi­am a meta atuarial (de retorno esperado para dar conta do pagamento futuro de aposentado­rias e pensões).

Entretanto, muito desses investimen­tos, embora dentro dos parâmetros, ficaram distantes dos ganhos médios de mercado, dando prejuízo.

Com as novas regras, haverá a responsabi­lização de gestores por escolhas isoladas.

Ou seja: um investimen­to atípico ou com desempenho muito abaixo da média não poderá ser considerad­o como desvio e poderá levar os gestores a responder pela escolha.

Além disso, as decisões de investimen­to terão de passar por mais grupos dentro das fundações.

Investigaç­ões da Polícia Federal, especialme­nte na Operação Greenfield, apontaram que a maior parte das decisões que levaram a perdas passou por um grupo de poucos gestores.

Outra mudança será na própria política de investimen­to. Aplicações diretas em imóveis também sofrerão restrições. A ideia é que sejam feitas exclusivam­ente por meio de fundos de investimen­tos.

Os fundos também poderão investir em fundos no exterior, que garantem retornos maiores. NOVA YORK, A CIDADE QUE DORME

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