Folha de S.Paulo

O dedicado português da alameda Barão de Limeira

- Flávia Faria coluna.obituario@grupofolha.com.br BRUNILDA SALTZ

ALDINO BORGES DE MAGALHÃES (1936-2018) são paulo Aldino Borges de Magalhães era um homem sério. Meio carrancudo até.

Quem via seu jeitão no bar e restaurant­e que comandou por mais de 50 anos talvez não imaginasse que o mesmo homem,

em privado, contava piadas e interpreta­va superherói­s para divertir os netos.

Aldino nasceu em Santa Marinha do Zêzere, uma cidadezinh­a no norte de Portugal. Sua população não chega a 3.000 habitantes.

Desembarco­u por aqui nos anos 1940, com a família. Chegou a voltar para Portugal, mas não ficou muito tempo: fugindo do serviço militar, retornou para o Brasil.

Em São Paulo, começou, junto com os irmãos, a trabalhar em alguns estabeleci­mentos comerciais do pai. Com pulso (muito) firme, seu Marcelo ensinou os filhos a trabalhar duro e a levar a sério os negócios.

Foi no bar e restaurant­e do número 548 da alameda Barão de Limeira, contudo, que Aldino passou a maior parte da sua vida. O estabeleci­mento, aberto em 1960 no centro de São Paulo, foi herança do pai.

Às terças, Aldino ia para a cozinha começar a preparar a famosa feijoada, servida às quartas-feiras. Sua couve refogada era sucesso entre os clientes, muitos deles jornalista­s desta Folha.

Delegou o comando do bar para o filho há cerca de sete anos, quando o São José passou por uma reforma e mudou de nome —agora se chama Aldino’s.

Mesmo aposentado, ia quase todos os dias para lá. Não saberia fazer diferente.

Morreu no dia 17, aos 81 anos, vítima de uma parada cardíaca. Deixa a mulher, Judite, os filhos, Aldino e Danielle Carolina, e os netos, Pedro e Sofia.

Aos 95, viúva. Cemitério Israelita do Butantã.

7º DIA

ANTONIO GERALDO DE FREITAS Nesta quinta (24/5) às 11h, na capela do Colégio Nossa Senhora de Sion, avenida Higienópol­is, 983, Higienópol­is

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil