Guerra das estrelas
Demissão de diretores, cenas refilmadas e aulas de atuação para o protagonista durante as gravações marcam os bastidores de ‘Han Solo: uma História Star Wars’, que estreia nesta quinta (24)
los angeles Quando a Disney retomou a saga “Star Wars” com “O Despertar da Força”, em 2015, não havia desconfiança sobre o sucesso da nova empreitada. O filme de J.J. Abrams foi bem recebido pela crítica e rendeu mais de US$ 2 bilhões (R$ 7,3 bilhões).
A Força, contudo, sofreu um pequeno abalo, no ano passado, quando “Os Últimos Jedi”, de Rian Johnson, foi repudiado por muitos fãs e rendeu cerca de US$ 800 milhões (quase R$ 3 bilhões) a menos.
“Han Solo: uma História Star Wars”, que estreia mundialmente nesta quinta (24), tem a missão de colocar nos trilhos a saga criada por George Lucas e provar que a franquia ainda tem fôlego.
O longa, que conta a origem do piloto contrabandista, tem os bastidores mais turbulentos da série. “Han Solo” começou a ser filmado em janeiro de 2017 pelos diretores Phil Lord e Christopher Miller, dos sucessos de bilheteria “Anjos da Lei” (2012) e “Uma Aventura Lego” (2014).
A dupla entregou pedidos de mudança para os roteiristas Lawrence Kasdan (de “O Império Contra-Ataca”) e seu filho Jonathan —sugestões aceitas ou adaptadas para o espírito da franquia.
Mas o estilo despojado de Lord e Miller começou a colidir com a estrutura rígida do negócio multibilionário.
Os cineastas passaram a improvisar, adicionando falas e movimentos de câmera. Além disso, permitiram que os atores alterassem os diálogos.
Kasdan, também produtorexecutivo do longa, não gostou e exigiu que as falas fossem lidas sem mudanças. A dupla seguiu com as improvisações, mas filmou também takes com os diálogos literais.
A coisa desandou em maio, quando a produção foi de Londres para as Ilhas Canárias.
Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, insatisfeita com o andamento das demitiu o editor Chris Dickens (ganhador do Oscar por “Quem Quer Ser um Milionário?”) e chamou Pietro Scalia, o favorito de Ridley Scott.
Ela também contratou uma professora de atuação para o ator Alden Ehrenreich, dono do papel do contrabandista intergaláctico que ganhou fama com Harrison Ford.
Lord e Miller continuaram apostando no improviso e reclamaram da falta de liberdade criativa. A lentidão incomodava a equipe técnica. Kennedy demitiu a dupla a três semanas do fim das filmagens.
“Quando você trabalha todas as manhãs em um filme de ‘Star Wars’, há milhares de pessoas à sua espera. Você precisa ser rápido e decisivo”, disse Kasdan à revista “Variety”. Kennedy levou isso a sério: em dias, contratou Ron Howard, amigo de Lucas e conhecido pela rapidez e pelo bom relacionamento com executivos.
Howard assumiu em junho um projeto que acabaria em julho. Ganhou quatro meses e refilmou cerca de 70% do filme, elevando o orçamento para US$ 250 milhões. Lord e Miller ficaram com o crédirenreich