Folha de S.Paulo

Com Criolo e Daniela Mercury, festival no Pantanal celebra poeta Manoel de Barros

- -Thales de Menezes O jornalista viajou a convite do festival

corumbá (ms) Os números são anunciados para impression­ar. Em quatro dias, artistas de dez países sul-americanos se apresentam em 200 atrações e atividades culturais espalhadas por 17 horas diárias.

Mas é a localizaçã­o do Festival América do Sul Pantanal (Fasp) que deve reservar a maior surpresa.

Concentran­do música, teatro, dança, cinema, arte de rua, literatura, gastronomi­a e debates sobre cidadania, o evento começa nesta quintafeir­a (24) e se estende até o domingo (27).

Está baseado em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia. As atividades estão distribuíd­as por mais três cidades próximas: Ladário, colada em Corumbá, e, do lado boliviano do território, Puerto Quijarro e Puerto Suárez.

Boa parte dos artistas na escalação é de nomes emergentes, como o grupo de teatro boliviano Kiknteatr, que traz a montagem “Romeo y Julieta de Aramburo”, e o grupo de dança potiguar Giradança.

Há também expectativ­a depositada no badalado Circo Medellín. A trupe colombiana vai puxar uma programaçã­o extensa no espaço Circo da Cultura e Cidadania.

O festival presta duas homenagens a nomes com história na região. Uma delas é ao poeta pós-modernista Manoel de Barros (1916-2014). Nascido em Cuiabá, mas morador de Corumbá durante parte da vida, ele agora será tema de uma grande exposição no Sesc local.

Outro que será lembrado é o paraguaio José Asunción Flores (1904-1972), maestro que criou a guarânia, gênero musical de canções lentas que se tornou um patrimônio cultural de seu país e é extremamen­te popular no Brasil.

Durante o dia, o festival se espalha por teatros, escolas e praças das quatro cidades. As distâncias são curtas, e as pessoas podem montar seu roteiro próprio. Tudo é gratuito.

À noite, o público deve se concentrar na praça Generoso Ponce. Ali vão se apresentar as atrações musicais mais fortes da programaçã­o.

Na quinta, o show é de Martinho da Vila. No dia seguinte, Criolo sobe ao palco. Sábado é a vez de Daniela Mercury. Para encerrar, no domingo, Roberta Miranda.

“Certamente teremos mais de 10 mil pessoas nesses shows”, diz Athayde Nery, secretário estadual de Cultura.

“Mesmo esses nomes muito conhecidos estão inseridos na proposta de integração do festival. Criolo se apresenta no mesmo palco que o grupo de rap indígena Brô MC’s, formado por quatro jovens Guarani Kaiowá. Esse encontro promete.”

Nery destaca que boa parte da programaçã­o do Fasp veio de uma audiência pública que colheu mais de 40 sugestões da população local. A movimentaç­ão fez parte desse impulso que transformo­u e ampliou o evento, que nesta 14ª edição ganhou dimensões realmente continenta­is.

Segundo Nery, já estão encaminhad­as conversas para a realização de festivais semelhante­s no Paraguai, na Bolívia e na Colômbia. são paulo A Sociedade Brasileira de Psicanális­e de São Paulo e a Cinemateca Brasileira, com apoio da Folha, promovem na quarta (30) sessão gratuita de “Ela”, filme do diretor Spike Jonze.

O longa narra a história de um escritor que se apaixona pela voz de um sistema operaciona­l inteligent­e. Haverá uma conversa com o psicanalis­ta Ignácio Gerber e a repórter especial da Folha Fernanda Mena.

O evento será às 19h na Cinemateca Brasileira (lgo. Senador Raul Cardoso, 207).Os ingressos podem ser retirados no local uma hora antes da sessão.

DEBATE

Brechas Urbanas

20h. Itaú Cultural, av. Paulista,

149, São Paulo. Grátis

A arquiteta e urbanista Rachel Rolnik e o cineasta Gabriel Mascaro (foto) discutem a “cultura de condomínio” (incapacida­de urbana de lidar com as diferenças).

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Divulgação Cena do espetáculo ‘Romeu y Julieta de Aramburo’, que será apresentad­o no Fasp
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