Criança de 10 anos
nunciado a exploração sexual que testemunharam.
O principal canal de denúncia citado é o telefone da polícia. Mas uma parcela significativa das pessoas (28%) declara não saber como denunciar um caso de exploração. A iniciativa de denunciar aumenta quanto maiores são a renda e o grau de instrução.
Para a diretora-presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, o alto número de pessoas que testemunharam o crime mas não denunciaram, mesmo sabendo que é errado, mostra a urgência de um combate forte à aceitação do problema.
“Isso reflete uma sociedade permissiva em relação à exploração. Precisamos desnaturalizar essa prática para que gere indignação e denúncia. Só assim mudaremos essa cultura perversa”, diz ela.
Outro dado preocupante em relação aos resultados do Datafolha, segundo Alessandro Janoni, é a percepção de que, quando se aprofunda um pouco mais a pesquisa, há uma aceitação maior da prostituição de menores nos segmentos mais jovens da população.
A pesquisa Datafolha pronunciou frases sobre a exploração sexual infantil, concluindo que grande parte dos entrevistados em geral discorda das sentenças.
Aproximadamente 90% dos entrevistados de todas as idades não estão de acordo com frases como “Se os pais concordam que a filha menor de idade se prostitua, ninguém tem nada a ver com isso” ou “Se a menina menor de idade já é prostituta, não tem problema pagar para fazer sexo com ela”.
Entre os mais jovens, parece haver uma avaliação de que a vítima pode ser responsável pela própria exploração.
Frases como “Se o menor quiser se prostituir isso é uma escolha dele” ou “Se a menina parecer mais velha e não informou a sua idade, não é culpa do homem que pagou pelo sexo” têm o endosso de cerca de 35% dos entrevistados entre 16 e 24 anos.
“Não se pode deixar que aquela unanimidade do começo da pesquisa, que mostra que 100% sabem que isso é crime, seja uma cortina de fumaça para anular esse resultado preocupante. Justamente o grupo que está mais próximo das crianças e adolescentes, a faixa entre 16 e 24 anos, tem uma aceitação maior em relação a determinados comportamentos”, diz Janoni.
Se os pais concordam que o filho menor de idade se ‘prostitua’, ninguém tem nada a ver com isso
Se o menor de idade já se ‘prostitui’, não tem problema pagar para fazer sexo com ela ou ele
Se o homem paga para fazer sexo com uma menor porque sabe que ela precisa do dinheiro, ele não deve ser responsabilizado
95
Se a menor de idade parecer mais velha e não disser a sua idade, não é culpa do homem que pagou para fazer sexo com ela dos entrevistados conhecem algum menor de idade que faz sexo por dinheiro
Na segmentação por região, a situação piora no Nordeste Parcela dos que conhecem algum menor de idade que faz sexo por dinheiro
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14
Sudeste
16 já viram alguma situação de exploração sexual infantil mas não denunciaram
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