fernando de noronha
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“Existem o mergulhador turista e o turista mergulhador”, define o francês Patrick Muller, 64, há 25 anos dono de uma operadora de mergulho em Fernando de Noronha.
O arquipélago declarado Patrimônio Natural pela Unesco recebe bem estes dois grupos e é considerado um dos melhores lugares do mundo para mergulhar. Na pesquisa do Datafolha, ganha neste quesito pelo segundo ano consecutivo.
Não por acaso. A fauna subaquática ali é rica –há cerca de 230 espécies em águas cuja visibilidade pode chegar a 50 metros.
“É impressionante. Vi arraias, tartarugas, moreias, tubarões-lixa e tubarões-limão”, conta a empresária paulistana Vivian Siqueira, 36. Mergulhadora certificada, ela avistou tudo isso em apenas um dia (R$ 684 ou R$ 490, caso o cliente leve o próprio equipamento), com direito a mergulhar em dois pontos –ao todo são 24. Quem tem carteirinha pode descer entre 15 m e 25 m, em mergulhos de até 45 minutos.
O tal “turista mergulhador”, que não tem credencial, também pode ter um gostinho de viver esta experiência. No chamado “batismo de mergulho” (R$ 570 ou R$ 620, com roupas de neoprene incluídas), após uma aula com instruções gerais, mergulha-se durante 30 minutos a profundidades de até 12 m, acompanhado por um instrutor. ▸
Algumas condições de saúde, como problemas de ouvido, labirintite, sinusite, epilepsia e doenças cardíacas severas podem ser impeditivos. Também não é recomendável a grávidas e recém-operados. Mas, em geral, qualquer pessoa pode fazer esta espécie de “degustação” de mergulho.
Em 2017, foram 21 mil mergulhos dentro do Parque Nacional Marinho que, juntamente com a área de proteção ambiental, conservam a natureza do arquipélago. “A maior procura é de setembro a novembro. O mergulho é um setor muito importante para a [economia da] ilha”, afirma o administrador geral de Noronha, Plínio Pimentel.
Apesar de geograficamente mais próxima a Natal, Noronha faz parte de Pernambuco e está a 545 km do Recife.
Com pouco mais de 3.000 habitantes, o arquipélago recebe 90 mil turistas por ano. Gente que não se importa em pagar uma taxa de preservação ambiental para entrar. Cinco dias, o mínimo para aproveitar bem o lugar, custam R$ 347,68. ⋆