pantanal e mato grosso
- pesca
São cinco da manhã no Pantanal de Mato Grosso. Na brisa fresca do rio Cuiabá, o grupo se concentra em arrumar as tralhas e conferir o estoque de mantimentos. Dali em diante, há só águas, cores e isolamento. Um cenário onde a correria da vida urbana não tem vez nem lugar, em que o tempo se arrasta preguiçoso, fazendo o dia render.
Os motores de popa, ao serem acionados, ecoam na curva do rio. Os pilotos são pantaneiros nascidos naquelas barrancas e criados em meio à pecuária extensiva, que já foi o motor econômico da região. Hoje ganham a vida empregando seus conhecimentos em expedições que reúnem visitantes de todos os cantos —gente que busca de aventura e contato com a natureza, apesar das agressões e maus-tratos sofridos pelos rios da região.
“A experiência de pesca em Mato Grosso é única”, acredita Ivan Freitas da Costa, gerente de um hotel que há 34 anos se tornou referência para o turismo na região. Ele estima que cerca de 1.200 pescadores utilizaram o estabelecimento no ano passado. “A maioria volta. Temos um cliente que vem pescar aqui todos os anos, há quase três décadas”, relata.
Em 2016, um compilado de cinco anos do Registro Geral da Atividade Pesqueira, a cargo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, indicou os rios do estado como os mais procurados do país para o turismo de pesca. Na pesquisa Datafolha, Pantanal e Mato Grosso foram eleitos como os destinos favoritos dos paulistanos para a prática.
Segundo o governo estadual, há potencial para a atividade em 45 dos 141 municípios. Banhado por três bacias hidrográficas, o estado oferece cenários como os alagados da planície pantaneira, os caudalosos rios da Amazônia, passando pela imensidão do Araguaia e o rio Guaporé. E o melhor momento para explorar essa diversidade é agora. Com o fim do período de proibição da pesca (que vai de outubro a janeiro e protege o ciclo de reprodução dos peixes) e a chegada da estiagem, os próximos quatro meses são a janela ideal para explorações Pantanal adentro.
Em hotéis, pousadas e barcos-hotel, a movimentação de visitantes já é intensa. Então é hora de pegar a estrada, em direção ao paraíso das águas e dos peixes.