Folha de S.Paulo

NÃO CONTA NOS DEDOS

Tenista espanhol não dá chance ao austríaco Dominic Thiem e fatura seu 17º título de Grand Slam

- -Daniel E. de Castro

Após vencer o austríaco Dominic Thiem, o tenista Rafael Nadal acena ao lado da taça do título de Roland Garros, o 11º em 14 disputas do torneio durante sua carreira

Duas mãos já não contam os títulos de Rafael Nadal, 32, em Roland Garros. Neste domingo (10), o espanhol derrotou o austríaco Dominic Thiem, 24, na final e conquistou seu 11º troféu no saibro francês, o 17º de Grand Slam na carreira.

Das 14 edições edições que disputou do torneio, apenas em três delas Nadal não saiu campeão em Paris.

Em 2009, ele perdeu para o sueco Robin Soderling nas oitavas de final. Dois anos atrás, caiu diante de Novak Djokovic nas quartas. Já em 2016, desistiu por causa de uma lesão antes da terceira rodada.

“É um momento muito especial para mim. É impossível sonhar que algo como isso seja alcançável”, afirmou o espanhol, que chorou ao receber o troféu como se estivesse fazendo isso pela primeira vez.

Na decisão deste domingo, Nadal prevaleceu nos momentos decisivos. Não foi um atropelo, como ocorreu na final do ano passado, diante de Stan Wawrinka (6/2, 6/3 e 6/1).

O austríaco ganhou apenas três games a mais do que o suíço havia conseguido (6/4, 6/3 e 6/2), mas pelo menos exigiu que o espanhol jogasse em alto nível para derrotá-lo.

No primeiro set, Nadal iniciou com uma quebra de saque, devolvida por Thiem na sequência. A partida continuou sem novas quebras até o austríaco sacar com desvantage­m de 4 a 5 e errar quatro vezes seguidas para perder o serviço e o set.

Na parcial seguinte, Thiem foi quebrado novamente no início, mas dessa vez não conseguiu devolver. Na melhor chance que teve, viu Nadal salvar um break-point com uma bola curtinha na linha.

Para se manter no jogo, o austríaco precisava disputar pontos longos e arriscar bolas vencedoras. Por esse motivo, cometeu 42 erros não forçados contra 24 do espanhol, que, sem pressão nos seus games de saque, os confirmava com tranquilid­ade.

No terceiro set, a maior a Nadal foi um problema para mexer o dedo médio da mão esquerda, que exigiu atendiment­o médico durante o quarto game. Nos intervalos seguintes, ele recebeu massagem no punho.

A partida, porém, continuou da mesma maneira, com o espanhol sem correr riscos para chegar ao título.

O maior mérito de Thiem foi oferecer resistênci­a durante a maior parte do tempo, não se entregar mesmo com uma desvantage­m quase irreversív­el diante do rei do saibro e ainda salvar quatro match-points.

Em um dia bastante firme de Nadal, não dava para fazer muito mais do que isso.

“As primeiras vezes que Rafa ganhou aqui eu vi pela televisão. Nunca imaginei que o enfrentari­a em uma final. Não é o melhor dia porque eu perdi, mas sinto que dei tudo”, afirmou Thiem. “Estou certo de que essa não vai ser minha última final de Grand Slam.”

Nadal também fez questão de elogiar o austríaco ao final da partida. “Ele teve duas semanas incríveis. É um grande amigo, e o circuito precisa de jogadores como ele”, afirmou.

“É um momento muito especial para mim. É impossível sonhar que ganhar pela 11ª vez em Roland Garros seja algo alcançável Rafael Nadal Tenista espanhol

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Olivier Morin/AFP
 ?? Thomas Samson/Reuters ?? Nadal abre os braços para festejar seu 11º título em Roland Garros; espanhol perdeu apenas um set em toda a competição
Thomas Samson/Reuters Nadal abre os braços para festejar seu 11º título em Roland Garros; espanhol perdeu apenas um set em toda a competição

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