Folha de S.Paulo

Sem rede de proteção

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Partidos governista­s se dividem sobre o caminho a seguir se Michel Temer for alvo de uma terceira denúncia criminal, no momento em que sua impopulari­dade alcança novo patamar. Líderes do centrão dizem que não faria sentido afastá-lo da Presidênci­a a poucos meses da eleição, se nova acusação for encaminhad­a à Câmara. Integrante­s de outras siglas aliadas acham que, com apenas 3% de aprovação, Temer não teria força para resistir a outra ofensiva da Procurador­ia-Geral da República.

Quem vê riscos para o presidente em caso de nova denúncia acredita que ela poderia mobilizar a sociedade e parte das elites contra Temer, como ocorreu com a paralisaçã­o dos caminhonei­ros, que levou industriai­s e ruralistas a criticar o governo.

O grupo que não enxerga vantagem em votar nova acusação contra o emedebista diz que, a essa altura, uma denúncia poderia tumultuar a eleição e aumentar a fragilidad­e das instituiçõ­es.

Em agosto do ano passado, quando a Câmara barrou a primeira denúncia da PGR contra Temer, o governo era aprovado por 7% dos brasileiro­s. Em outubro, quando os deputados rejeitaram a segunda denúncia, só 5% apoiavam o presidente.

Embora Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha 30% das intenções de voto mesmo após dois meses na prisão, o Datafolha captou sinais de que até os mais fieis eleitores lulistas se distanciar­am depois que ele saiu de cena.

Quando os eleitores expressam preferênci­as espontanea­mente, sem analisar a lista de candidatos, o petista só é mais lembrado do que Jair Bolsonaro (PSL) no Nordeste e pelos que têm renda mais baixa —e as menções a Lula caíram nos dois segmentos desde abril.

Apesar de haver dúvida sobre a forma como a Justiça irá barrar a candidatur­a do ex-presidente, petistas e integrante­s do Tribunal Superior Eleitoral concordam na avaliação de que o placar na corte será desfavoráv­el a Lula.

Mesmo que o registro não seja impugnado de ofício no TSE, o PT se prepara para uma avalanche de pedidos contra Lula. O Ministério Público, candidatos e partidos podem pedir impugnação.

Com 400 candidatos à Câmara dos Deputados em todo o país e a esperança de eleger até 40, o PSL ainda discute com Jair Bolsonaro a melhor maneira de financiar suas campanhas.

O presidenci­ável não quer dividir com eles o fundo eleitoral partidário e sugere que se financiem por meio de vaquinhas virtuais. Os candidatos do PSL temem fracassar na internet e querem parte das contribuiç­ões que o próprio Bolsonaro recolherá por meio de crowdfundi­ng.

Integrante­s do TSE e advogados que acompanham os esforços para controlar a disseminaç­ão de notícias falsas na campanha concluíram que será muito difícil conter a circulação de boatos e mentiras no WhatsApp.

Mesmo que a origem das mensagens seja identifica­da, muitas são disparadas automatica­mente para grupos com centenas de membros. Coibi-las exigiria investimen­tos da Polícia Federal e investigaç­ões demoradas, dizem os especialis­tas.

Sindicalis­tas da CUT (Central Única dos Trabalhado­res) pedirão para visitar o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto na cadeia, argumentan­do que Lula foi autorizado a receber visitas de políticos na prisão, e não só de advogados e familiares.

Os amigos de Vaccari haviam pedido para visitá-lo antes, mas o juiz Sergio Moro encaminhou o caso à direção da penitenciá­ria em que o ex-tesoureiro cumpre pena e até hoje não houve resposta. O petista está preso desde 2015.

Está pronta a medida provisória que destinará recursos da loteria esportiva para a segurança pública. A expectativ­a é que a proposta destine R$ 4 bilhões para a União e os estados em 2019.

Os investidor­es descobrirã­o que Ciro é o único com histórico de rigor fiscal e propostas detalhadas para fazer o ajuste

De Mauro Benevides Filho, coordenado­r do programa econômico de Ciro Gomes (PDT), sobre desconfian­ças que ele desperta no mercado

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