Folha de S.Paulo

Fase de incerteza econômica pode ser a mais longa

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O período de sobe e desce do dólar, de diferentes expectativ­as sobre o juro futuro e de volatilida­de da Bolsa pode ser um dos mais longos da história, segundo economista­s que acompanham dados de incertezas econômicas.

Se essa fase, que começou após o carnaval, só acabar depois das eleições, terão se completado nove meses, diz Pedro Guilherme Ferreira, um dos responsáve­is pelo índice que o Ibre, da FGV, publica mensalment­e sobre o tema.

“Em 2015, começou em fevereiro e subiu até agosto. Se o período atual for até depois do pleito presidenci­al, certamente será o mais longo, ainda que menos intenso.”

Para mensurar a incerteza, ele utiliza indicadore­s como reportagen­s de jornais, dispersão de previsões de especialis­tas para o câmbio e para a inflação e, por último, a volatilida­de da Bolsa.

Dúvidas cíclicas, como as referentes às eleições, elevariam o patamar do índice dentro de uma faixa normal, mas têm tido um efeito potenciali­zado pela situação fiscal frágil do país desde o segundo semestre de 2014, segundo Ferreira.

Existe, portanto, mais incerteza em períodos de altas seguidas de baixas que só de resultados ruins, explica o economista Guilherme Ribeiro de Macêdo, professor da UFRGS.

“Os indicadore­s estão muito acima do normal. Subiram na paralisaçã­o dos caminhonei­ros, se agravaram com a saída do Pedro Parente [da Petrobras] e, na última semana, o mercado testou as vendas de swap do Banco Central.”

Esses acontecime­ntos antecipara­m movimentaç­ões que ele aguardava para depois da Copa —foi o que aconteceu nas eleições em 2014, diz ele.

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*Escala de 1 a 200 pontos Fonte: FGV
Índice de incerteza da FGV está acima da média* *Escala de 1 a 200 pontos Fonte: FGV

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