Folha de S.Paulo

Saiba como travar dólar em compras no cartão contra oscilações no câmbio

Só Caixa permite segurar preço do dia, mas há outras opções para aumentar previsibil­idade da fatura

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A Caixa Econômica Federal ainda é o único dos grandes bancos brasileiro­s que aderiu à resolução do Banco Central que permite ao cliente travar a cotação da moeda estrangeir­a com o valor do dia da compra —e não com o da data do fechamento da fatura— com o cartão de crédito internacio­nal.

A possibilid­ade foi anunciada pelo BC em novembro de 2016, mas a autoridade monetária estipulou que a adesão ficaria a cargo de cada instituiçã­o financeira.

A ideia é que, com essa alternativ­a, o consumidor possa evitar surpresas negativas com a oscilação da moeda entre o momento do gasto e o dia de fechamento da fatura.

Quem fez compras na primeira semana do mês passado por exemplo, pode ter levado um susto com o valor em sua fatura. Em 4 de maio, o dólar era cotado a R$ 3,52, mas saltou para R$ 3,73 no dia 30 — isso sem contar IOF (Impos- to sobre Operações Financeira­s) e taxas administra­tivas.

Na Caixa, a opção por segurar a cotação do dólar deve ser feita na primeira vez em que o cliente liberar o cartão internacio­nal, seja pelo apli- cativo, pela central de atendiment­o ou nas agências.

“Uma vez escolhida a forma de conversão, o cliente poderá mudá-la novamente depois de 90 dias, utilizando os mesmos canais”, afirma o banco.

A possibilid­ade vale também para compras via internet em sites de outros países.

Embora não trabalhem com a trava do preço nos moldes determinad­os pelo BC, grandes bancos oferecem outras opções para o consumidor tentar aumentar a previsibil­idade da fatura ao realizar gastos internacio­nais.

O Itaú permite ao cliente fazer carregamen­to em dólar, euro ou libra nos cartões de crédito ou múltiplos.

Nesse serviço, o consumidor “carrega” o cartão com a moeda estrangeir­a, e a conversão é feita pela cotação do câmbio na data dessa recarga.

Compras em estabeleci­mentos, sites internacio­nais e saques no exterior são abatidos do saldo pré-carregado.

Enquanto o saldo for suficiente para pagar pelas compras, o cartão funciona como um pré-pago. Depois, volta à função de crédito normal — em que a conversão é feita pela cotação da moeda na data do vencimento da fatura.

A cada transação, o cliente pode receber uma mensagem no celular (SMS) informando o saldo carregado disponível.

O pagamento da recarga pode ser via conta corrente ou cartão de crédito.

O Itaú ressalta que o serviço não está disponível para todos os cartões do banco. Estão de fora cartões como os de financeira­s, que são predominan­temente de uso nacional.

No Banco do Brasil e no Santander, o cliente pode antecipar o pagamento da fatura, caso entenda que o dólar está mais favorável e queira usar a cotação daquele dia.

Antes de travar o câmbio no dia da compra, o consumidor deve considerar alguns fatores. A cotação dos bancos costuma ser maior do que a de casas de câmbio —é possível conferir o preço cobrado, que inclui a taxa, tarifas e impostos, no link www3.bcb.gov.br/ rex/vet/index.asp.

Além disso, no Brasil, as transações em outras moedas estrangeir­as são convertida­s para dólar para depois serem transforma­das em real. Assim, pode acontecer de a bandeira do cartão não utilizar a paridade pura da moeda para o dólar, adicionand­o algum spread (ganho).

É preciso levar em conta ainda as taxas adicionais cobradas. No cartão pré-pago e no de crédito, há IOF de 6,38% sobre a transação.

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