Brasil chega forte, mas busca sintonia fina
A Áustria tinha sete vitórias consecutivas, cinco delas desde que o novo técnico, Franco Foda, assumiu o comando. Ganhou do Uruguai, da Rússia e da Alemanha, nesta série. Não era jogo simples e seguiu difícil com a linha de cinco defensores austríaca, similar à que o Brasil enfrentará contra a Costa Rica e contra a Sérvia.
Por 30 minutos, o Brasil controlou o jogo no ataque, mas não entrou na área austríaca. As chances mais claras aconteciam em chutes de fora da área. Apenas 6 dos 46 gols da era Tite foram de longe.
A bola sobrou para Gabriel Jesus fazer 1 a 0, dentro da área, porque Marcelo arriscou da intermediária, no rebote do escanteio e pegou o atacante brasileiro de frente para o goleiro Lindner.
Clareou o jogo a partir daí, mas havia coisas a corrigir. Primeira: a seleção invertia pouco o lado da jogada, estratégia de Tite para desdentar a linha de cinco. Por desdentar, Tite chama a capacidade de trocar passes por cima do segundo homem da linha, na virada do lado do campo.
Também é difícil, e será assim na Copa, a cobertura quando se forçar o jogo sobre Marcelo. Coutinho deixa o time melhor, mais criativo, do que Fernandinho.
A melhor solução era Renato Augusto, quando estava em boa forma. Porque a escapada de Coutinho para a esquerda deixa espaço pelo meio.
Por duas vezes, a Áustria incomodou. Numa jogada do lateral Lainer, aos 21 minutos, e numa arrancada de Alaba, aos 20 min. O lateral do Bayern passou por Willian e fez dois contra um em Danilo, junto com Schlager.
Apesar de espaço defensivo em alguns momentos, o time da estreia deve ser o que começou o jogo contra os austríacos. O Brasil jogou assim os dois amistosos mais difíceis.
A Alemanha não foi bem contra Áustria e Arábia Saudita, a França brilhou contra Irlanda e Itália, mas teve dificuldade contra os EUA, quando mudou o sistema tático, a Espanha esbarrou na defesa tunisiana e venceu por 1 a 0, apenas. Junto com Messi, Brasil, Alemanha, França e Espanha são os candidatos ao título.
Mas Tite precisa cuidar de Neymar. O gol espetacular não pode esconder que bateu boca com zagueiros e forçou algumas faltas inexistentes. No segundo tempo, a câmera flagrou uma discussão forte com Schopp. Para Neymar, o jogo contra a Áustria não foi nada amistoso. Na Copa do Mundo, isso vale um cartão amarelo que pode tirar de um mata-mata ou cartão vermelho.