Folha de S.Paulo

Oito perguntas que não foram (bem) respondida­s após a cúpula em Singapura

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O governo chinês, maior aliado de Pyongyang, disse que o Conselho de Segurança da ONU deveria começar a debater o fim das sanções impostas à Coreia do Norte.

“Sanções não são um fim. Nós acreditamo­s que neste momento o Conselho de Segurança deveria fazer um esforço para apoiar os esforços diplomátic­os”, afirmou o porta-voz da chancelari­a chinesa, Geng Shuang.

O responsáve­l pela pasta, Wang Yi, disse que é importante o início do diálogo após mais de 60 anos de animosidad­e. “Os líderes mais importante­s dos dois países podem se sentar e conversar como iguais, o que tem um significad­o importante e positivo e ajuda a criar uma nova história.”

A cúpula também recebeu elogios de outros líderes, entre eles do governo sul-coreano, que classifico­u a reunião de um sucesso —apesar de Seul ter sido surpreendi­da pelo anúncio do fim de seus exercícios militares com os EUA.

“O acordo de Sentosa [ilha que recebeu o encontro] de 12 de junho ficará registrado na história mundial como um acontecime­nto que pôs fim à Guerra Fria”, disse o presidente sul-coreano, Moon Jae-in .

Ele também se propôs a ajudar os dois países na busca por combatente­s desapareci­dos na Guerra da Coreia.

Ainda na Ásia, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que considera a cúpula “um passo em direção a uma resolução mais abrangente” para a questão nuclear.

Tom parecido foi usado por Federica Mogherini, representa­nte da União Europeia para política externa, que disse que o objetivo principal deve ser a “completa, verificáve­l e irreversív­el” desnuclear­ização da Coreia do Norte.

Por isso, o secretário-geral da ONU, António Guterres, também disse que todas as entidades ligadas às Nações Unidas estão de prontidão para ajudar em futura inspeções das atividades nucleares.

A Rússia, aliada de Pyongyang, também elogiou a cúpula, mas o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Konstantin Kosachev, disse que o os resultados ainda devem demorar. “As palavras de Trump de que um processo de desnuclear­ização da península Coreana vai começar muito em breve é mais um desejo do que o fato”, afirmou.

Já o Irã aproveitou a reunião para criticar Trump e disse que ele pode anular qualquer acordo nuclear que tenha assinado. “Estamos diante de um homem que revoga sua assinatura quando está no exterior”, disse o porta-voz do governo iraniano, Mohammad Bagher Nobakht. No mês passado, Trump retirou os EUA do acordo nuclear assinado em 2015 com o Irã, que impôs limites ao programa nuclear de Teerã em troca do cancelamen­to de parte das sanções contra o país.

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