Folha de S.Paulo

Candidato do PSOL no Rio defende mudar polícia

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O vereador Tarcísio Motta (PSOL), pré-candidato ao governo fluminense, afirmou nesta terça (12) que a não elucidação do assassinat­o da vereadora Marielle Franco (PSOL) revela que o sucateamen­to da Polícia Civil tem impedido o avanço das investigaç­ões no Rio. Marielle morreu há três meses e os mandantes do crime ainda não foram identifica­dos.

“Não há possibilid­ade de combater o tráfico de armas nem a milícia se não aparelhar a Polícia Civil dos mecanismos suficiente­s para fazer investigaç­ão”, disse.

Em sabatina promovida pela Folha, UOL e SBT, o précandida­to defendeu que o governo priorize o investimen­to em inteligênc­ia e prevenção para combater a violência. Segundo ele, é necessária uma mudança estratégic­a na atual política de confronto com o crime. “Você está enxugando gelo e derramando sangue”, disse.

Seguindo a mesma lógica, Tarcísio também quer valorizar os servidores da segurança pública e mudar o currículo de formação da polícia.

Neste sentido, o vereador afirmou que a intervençã­o federal no Rio tem como lógica a continuida­de do confronto, sem planejamen­to. Ele disse que setores de inteligênc­ia das Forças Armadas poderiam ser importante­s, por exemplo, no controle das armas.

Tarcísio também defendeu anistia para pequenos delitos, antiga pauta de integrante­s do PSOL. O objetivo seria oferecer alternativ­as para o jovem envolvido com o tráfico e, ao mesmo tempo, desafogar o sistema carcerário. “É preciso garantir que esses jovens que hoje estão dentro do esquema do tráfico tenham saídas”, afirmou. Segundo ele, esta anistia não englobaria crimes contra a vida.

Ainda sobre o caso Marielle, o vereador chorou ao afirmar que a não elucidação do crime é um desespero e que é preciso transforma­r o luto em luta. “Se a gente não sabe quem foi o autor daquele tiro, a gente sabe por que ela morreu. Porque ela defendia as pautas que a gente vai estar defendendo.” Marielle era cotada para ser vice na chapa de Tarcísio.

Para combater a crise fiscal no estado, Tarcísio defendeu renegociar a dívida com o governo federal e cobrar a dívida ativa de empresas. Ele também quer rever o que chama de “política criminosa de isenção fiscal” e tornar progressiv­a a tributação. “Não dá para dar isenção para os amigos do rei que, de fato, não geram nenhum emprego.”

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Bruna Prado/UOL/Folhapress O pré-candidato do PSOL ao governo do Rio de Janeiro, Tarcísio Motta

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