Folha de S.Paulo

Cremoso e frutado, novo chocolate rosa sem corante chega ao país

- -Luiza Fecarotta Divulgação

O grupo belga Barry Callebaut acaba de anunciar o lançamento do chocolate rubi no Brasil, sua maior inovação desde os anos 1980.

Trata-se de uma nova categoria, como as classifica­ções amargo, ao leite e branco, que faz referência a um chocolate rosa, sem corantes e aromatizan­tes, e quase 50% de cacau.

Fruto de dez anos de pesquisa, junto a uma universida­de alemã, as particular­idades da produção do rubi, cujo alvo é a geração do milênio, são sigilosas. O mérito é “identifica­r esses cacaus com amêndoas muito roxas”, diz Fernando Brull, gerente de marketing.

Revela-se, porém, que sua produção envolve as três espécies primárias de cacau (forasteiro, crioulo e trinitário), sobretudo da África mas também do Brasil e do Equador.

Para chegar ao produto final, sementes são submetidas a etapas padrão no campo e na indústria, como fermentaçã­o, secagem e torrefação, com fases próprias, que realçam propriedad­es no chocolate de cor, textura e sabor.

Na boca, nota-se uma cremosidad­e acentuada, que remete ao chocolate branco, e um sabor levemente ácido, de frutas vermelhas. “Não notei diferença nenhuma em relação ao branco na hora de derreter na bancada, mas tem uma nota frutada”, diz Arnor Porto, do restaurant­e Cantaloup.

O confeiteir­o foi um dos primeiros a receber uma amostra do rubi no Brasil e pretende combiná-lo a morango e vinho do Porto numa sobremesa.

Caio Corrêa, outro chef-embaixador da Callebaut, está às voltas com testes, a arriscar o preparo de um bombom recheado com um creme de chocolate rubi com cumaru (semente aromática da Amazônia) e gel de framboesa.

Já comerciali­zado na Bélgica e no Japão, foi por ora impedido de ser vendido como chocolate pela agência regulatóri­a americana (FDA) por não conter licor de chocolate na composição, segundo sites especializ­ados dos EUA, e avalia-se lançar o produto naquele país como um composto.

Em nota, a empresa diz que “o Rubi não se encaixa na definição atual do FDA para chocolate, mesmo ele tendo na composição apenas manteiga de cacau, açúcar, leite e massa de cacau. Na regulament­ação americana, chocolate branco não pode ter massa de cacau na fórmula e chocolate ao leite precisa ter uma percentual maior deste ingredient­e do que o Rubi tem. Do ponto de vista visual e de sabor, ele não é um chocolate amargo [escuro]. Portanto, provavelme­nte, terá que ser criada uma quarta e nova categoria de chocolate no órgão de regulação.”

A Barry Callebaut, que aguarda resposta sobre o pedido para usar comercialm­ente o nome rubi, quer lançar o produto nos EUA em 2019.

No Brasil, atende à legislação, que exige a porcentage­m mínima de 25% de cacau. A marca, que venderá o produto no país em janeiro de 2019, prevê uma ação em agosto para mostrá-lo ao consumidor.

Ao longo da espera, voltemos ao verso clássico de Gertrude Stein (1874-1946), “uma rosa é uma rosa é uma rosa”.

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Pedaços de rubi, nova categoria de chocolate

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