Folha de S.Paulo

Para 51% dos brasileiro­s, não falta dinheiro na Previdênci­a

Maioria vê sistema sustentáve­l, mas 49% admitem discussão sobre reforma

- -Anaïs Fernandes

A maioria dos brasileiro­s tem a avaliação de que o sistema de aposentado­rias poderia perdurar da mesma forma por muitos anos, mas quase metade aceita que a reforma da Previdênci­a seja abordada pelo futuro presidente.

O modelo foi considerad­o sustentáve­l por 51% dos entrevista­dos em pesquisa da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdênci­a Privada) encomendad­a ao Instituto Ipsos.

Foram ouvidas 1.200 pessoas, com idades entre 16 e 60 anos, de 72 municípios em abril. A margem de erro é de três pontos percentuai­s.

Apenas 28% afirmaram que o sistema previdenci­ário atual não se sustentari­a ao longo do tempo.

Por outro lado, 43% disseram que uma reforma da Previdênci­a será necessária no futuro e 49% acham que o assunto deve ser tratado no próximo mandato presidenci­al.

Para Edson Franco, presidente da FenaPrevi, os dados mostram contradiçõ­es.

“Parece haver um problema de comunicaçã­o. O que as pessoas entendem por sustentabi­lidade? Ao mesmo tempo, falou-se tanto no tema que uma parcela se convenceu de que é preciso fazer algo”, afirma.

Franco ressalta, no entanto, que os brasileiro­s continuam divididos sobre mudanças na Previdênci­a Social.

“Temos a maior parte das pessoas [43%] acreditand­o que a reforma é necessária, mas não é uma diferença esmagadora para os 38% que consideram que ela não é”, diz.

A Previdênci­a registrou déficit recorde de R$ 268,8 bilhões em 2017 —consideran­do INSS e regime dos servidores públicos da União—, alta de 18,5% ante 2016.

No INSS o déficit foi de R$ 182,5 bilhões —o maior rombo da série histórica iniciada em 1995.

Quase um terço dos entrevista­dos acha que o INSS deve ser mantido com verbas reservadas para outras áreas do Orçamento.

“Dadas as questões demográfic­as de envelhecim­ento da população e projeções atuariais futuras, esse gasto da Previdênci­a vai tirar dinheiro da saúde, educação, infraestru­tura”, diz Franco.

Apenas 15% dos entrevista­dos pela Ipsos apontaram que a origem do rombo na Previdênci­a está no modelo atual das aposentado­rias e no envelhecim­ento da população.

Para 75%, o maior problema do INSS é a corrupção e o desvio de verbas.

Mais da metade das pessoas (51%) afirmou que querem se aposentar até 64 anos.

População tem percepção contraditó­ria sobre aposentado­rias

Mais da metade dos entrevista­dos percebe o modelo do INSS como sustentáve­l, ou seja, acha que ele poderia continuar da mesma forma por muitos anos

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