Folha de S.Paulo

Em resposta a Congresso, Facebook recomenda ler termos de uso

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Em depoimento ao Congresso dos EUA em abril, o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, prometeu repetidame­nte um retorno aos legislador­es sobre perguntas que não havia respondido. Na segunda (11), o Congresso divulgou as respostas a essas questões.

A visita de Zuckerberg ocorreu devido a revelações da imprensa da coleta indevida de dados pessoais de usuários da rede pela Cambridge Analytica, uma empresa de consultori­a política ligada à campanha eleitoral do presidente Donald Trump, em 2016.

No documento, a rede social responde a mais de 2.000 perguntas, mas boa parte das informaçõe­s incluídas nas respostas não é nova, e a rede social evitou dar detalhes.

Em respostas sobre como o Facebook opera e lida com seu conteúdo online, a empresa recomendou que os congressis­tas procurasse­m suas normas de uso e padrões comunitári­os.

A companhia disse em outras perguntas dos legislador­es que estava ativamente buscando outras companhias que possam ter lucrado com o uso de dados de seus usuários.

Ao senador republican­o John Thune a empresa declarou que estava em meio a uma investigaç­ão sobre todos os aplicativo­s que tenham recolhido grande volume de dados do Facebook, e que 200 deles já haviam sido suspensos.

Muitos senadores também perguntara­m o que a empresa está fazendo para proteger sua plataforma para as eleições legislativ­as americanas de novembro.

A empresa respondeu de maneira quase idêntica a essas questões, delineando os instrument­os que está colocando em uso para erradicar contas falsas e campanhas de desinforma­ção.

O Facebook também enfrenta críticas por sua decisão de categoriza­r a promoção de artigos noticiosos como conteúdo político e empresas noticiosas pressionam Zuckerberg por uma mudança na regra.

Sete organizaçõ­es setoriais que representa­m empresas de notícias em mais de 120 países, entre as quais The New York Times, BBC e Fox, enviaram uma carta a Zuckerberg criticando a decisão da rede social de incluir os anúncios destas empresas no mesmo banco de dados de publicidad­e de candidatos a eleições.

“Consideram­os que sua regra representa um novo passo no fomento a uma narrativa falsa e perigosa que confunde a distinção entre reportagen­s reais da mídia profission­al e conteúdo propagandí­stico”, dizem os signatário­s na missiva.

David Chavern, presidente da Aliança de Mídia Noticiosa, uma das organizaçõ­es que criticaram a nova regra mais veementeme­nte, ofereceu no mês passado um plano alternativ­o que criaria uma “lista branca” de organizaçõ­es noticiosas conhecidas, para isentá-las da regra.

À Bloomberg News Campbell Brown, vice-presidente de parcerias noticiosas do Facebook, respondeu dizendo que a empresa “levaria em conta suas sugestões” ao negociar diretament­e com os provedores de conteúdo noticioso.

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