Folha de S.Paulo

Temporada de apostas

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

A decisão do ministro Edson Fachin de incluir um pedido de liberdade de Lula na sessão da Segunda Turma do Supremo do dia 26 alvoroçou empresas com peso no mercado. Dirigentes de instituiçõ­es financeira­s de dentro e de fora do país acionaram contatos para especular sobre as chances de o petista sair da cadeia. A maioria dos magistrado­s que vai julgar o recurso é contra prisão em segunda instância. Isso, porém, não os impediu de, em maio, negar a soltura do ex-presidente.

No PT, a decisão de Fachin foi vista como “um sopro de esperança”, mas integrante­s do partido admitem que não dá para ter otimismo após as sucessivas derrotas de Lula na Justiça.

O ex-presidente assistiu ao clássico Portugal contra Espanha, da Copa, em sua cela, ao lado do advogado Cristiano Zanin.

Após o impacto inicial, integrante­s da Procurador­ia-Geral da República e da Polícia Federal decidiram esperar a publicação do acórdão do julgamento do STF que vetou a condução coercitiva para pensar em como vão readequar suas estratégia­s de investigaç­ão.

Membros dos dois órgãos dizem que o alcance da decisão do Supremo não está claro. Apontam que, embora a condução forçada de investigad­os tenha sido vedada, há espaço para entender que uma maioria admitiria o instrument­o desde que houvesse prévia intimação, presença de advogado e direito ao silêncio, por exemplo.

Juízes vão reagir de maneira contundent­e à decisão do corregedor nacional de Justiça, João Otávio de Noronha, de vetar manifestaç­ão contra políticos e candidatos nas redes sociais. A associação de magistrado­s trabalhist­as vai entrar com impugnação no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Noronha se preparou para um embate. Ele levantou o que diz o manual da Associação de Magistrado­s Brasileiro­s sobre o assunto. Relatou que o documento faz vedação semelhante.

O guia da AMB afirma que o ideal é manter posição de neutralida­de e recomenda o mesmo para temas como religião e futebol.

O presidente Michel Temer desembarco­u em SP ao lado do ministro Eduardo Guardia (Fazenda) para uma conversa com um grupo de empresário­s. O encontro aconteceu nesta sexta (15)nacasadeRu­bensOmetto.

Segundo aliados do emedebista, a iniciativa tinha a intenção de apresentar os planos do governo e tentar de apaziguar os ânimos do mercado.

Diante da ansiedade de dirigentes do PSDB de São Paulo em anunciar José Luiz Datena (DEM) como candidato da coligação de João Doria (PSDB) ao Senado, o Democratas avisou que não tem tanta pressa. A sigla espera gestos dos tucanos em outros estados, como o Rio, para fechar a composição.

Aliados de Jair Bolsonaro (PSL) voltaram conversar com Janaina Paschoal para convencê-la a sair candidata a deputada federal. A advogada, filiada ao PSL e uma das autoras do pedido de impeachmen­t de Dilma Rousseff, ainda não sabe se quer disputar a eleição deste ano. Promete decidir até o fim do mês.

“Avalio sair à deputada estadual, em razão das pautas: educação e segurança pública”, diz Paschoal. “Eles [PSL] são muito solícitos, disponibil­izaram praticamen­te todos os cargos, até o governo de São Paulo.”

O presidenci­ável do PSDB Geraldo Alckmin voltou a procurar o PRB nesta sexta (15). Ele quer uma nova conversa sobre a possibilid­ade aliança já no primeiro turno da disputa ao Planalto.

O movimento aconteceu no mesmo dia em que o empresário Flávio Rocha, o candidato a presidente do PRB, descartou abrir mão da disputa para apoiar do tucano.

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