Folha de S.Paulo

Pré-candidato no Rio, Pedro Fernandes promete acabar com UPPs

- Lucas Vettorazzo e Italo Nogueira

Pré-candidato ao governo do Rio pelo PDT, o deputado estadual Pedro Fernandes promete acabar de vez com o projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificado­ra) no estado.

Sua proposta é desfazer bases montadas em favelas e redirecion­ar o contingent­e policial para os batalhões, com o intuito de reforçar o policiamen­to ostensivo.

A ideia é semelhante à que está em prática pelo atual comando da segurança pública do Rio, sob intervençã­o federal desde o dia 16 de fevereiro.

Fernandes afirma, porém, ser contra a intervençã­o federal e diz que o governo precisa investir menos em operações policiais e mais em inteligênc­ia e tecnologia para enfrentar a criminalid­ade.

Os confrontos armados contra traficante­s em zonas carentes, disse, não devem ser regra em um eventual governo seu, mas pontuais, quando houver uma guerra entre facções, por exemplo.

Fernandes diz ainda que deveria ser pensada a criação no Rio de uma força-tarefa nos moldes da Lava Jato para investigar crimes de traficante­s e milicianos que atuam no estado.

“É preciso investir em inteligênc­ia e tecnologia da polícia. É pela falta desses investimen­tos que o Rio não consegue detectar quem são os milicianos e nem consegue aumentar o percentual de elucidação de crimes”, disse Fernandes, em sabatina na manhã desta sexta-feira (15) promovida pela Folha, UOL e SBT.

“Quem foi o insano que disse que daria para colocar UPP em todas as favelas do Rio?”, perguntou.

O pré-candidato se referia ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), atualmente preso devido a condenaçõe­s ocorridas no âmbito das investigaç­ões da operação Lava Jato.

Fernandes foi deputado estadual pelo MDB e participou como secretário das gestões de Cabral e Luiz Fernando Pezão (MDB) e também das prefeitura­s de Cesar Maia (DEM) e mais recentemen­te de Marcelo Crivella (PRB).

Questionad­o sobre as críticas que faz a políticas de governos em que ele próprio teve participaç­ão, Fernandes disse que sempre foi convidado a ocupar cadeiras no Executivo pelo seu perfil técnico como gestor.

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