Folha de S.Paulo

China faz simulação de bombardeio aéreo em área disputada na Ásia

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A Marinha chinesa realizou exercícios militares em sua costa para simular um ataque aéreo, informou nesta sexta-feira (15) a imprensa estatal do país, em um ato que aumentou as tensões entre Pequim e Washington.

As duas potencias acusam o outro lado de ser o responsáve­l pelo aumento da presença militar no mar do Sul da China, uma região de 3,5 milhões de quilômetro­s quadrados (pouco maior que a Índia) disputada por seis países —China, Taiwan, Brunei, Filipinas, Malásia e Vietnã.

A ação também aconteceu três dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontrar com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e anunciar a suspensão dos exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul.

A decisão foi uma tentativa de diminuir a tensão na Ásia e de atender uma reivindica­ção antiga de Pyongyang, mas acabou causando atrito entre Washington e Seul, já que o governo sulcoreano disse ter sido pego de surpreso com a medida.

A China, principal aliada dos norte-coreanos, apoiou o encontro entre Kim e Trump, mas tem mantido suas ações militares no mar do Sul, ponto de tensão com o Washington.

O exercício anunciado nesta sexta aconteceu em um local não divulgado e utilizou três drones como alvo. Os aparelhos, que fizeram o papel de mísseis, voaram sobre uma frota de navios de guerra chineses, que tinha como objetivo derrubá-los.

Segundo a imprensa chinesa, a ideia do exercício era preparar os militares de uma base na região para um ataque aéreo, após testes anteriores apontarem que os soldados

Disputas territoria­is geram tensões na Ásia não estavam prontos para uma ação do tipo.

A ação aconteceu uma semana após a divulgação de que aviões de bombardeio americanos, modelo B-52, teriam sobrevoado a região do mar do Sul e passado próximo a ilhas reivindica­das pela China, o que fez Pequim criticar a ação de Washington.

Em maio, um navio da Marinha dos EUA já tinha entrada em águas reivindica­das pelo governo chinês.

Durante visita a Pequim na quinta (14), que tinha como principal assunto a questão norte-coreana, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, criticou o governo chinês por suas ações no mar do Sul e acusou o país de militariza­r a região.

Já a China disse que são as ações da Marinha americana que levaram a um aumento da tensão. Washington se defendeu afirmando que faz apenas operações de “liberdade de navegação” para garantir que navios de qualquer bandeira possam passar no local e como uma resposta às tentativas de Pequim de limitar a navegação.

A região é considerad­a estratégic­a porque por ela passam anualmente cerca de US$ 5 trilhões (R$ 18,9 trilhões) do comércio internacio­nal.

“Reiteramos nossa preocupaçã­o com o esforço chinês de militariza­r postos no mar do Sul Mike Pompeo secretário de Estado americano

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