Folha de S.Paulo

Islândia surge de repente com goleiro ex-gordo e que também atua no cinema

- -Bruno Rodrigues

A história recente da Islândia no futebol tem um enredo tão incrível que certamente renderia um bom filme.

Acostumada a ser saco de pancadas, a ilha de pouco mais de 300 mil habitantes se classifico­u nos últimos dois anos pela primeira vez tanto para a Eurocopa como para a Copa do Mundo.

E pensar que, em 2010, há duas Copas, a equipe amargava a 104ª posição no ranking da Fifa —hoje é a 22ª.

Mas, para contar essa trajetória, não será necessário nenhum diretor de cinema de Hollywood. O próprio goleiro da seleção islandesa poderá se encarregar da tarefa.

Hannes Haldórsson, 34, é o camisa 1 da Islândia desde 2011. Pilar da equipe que surpreende­u na Euro de 2016, eliminando a Inglaterra nas oitavas, Halldórsso­n já dividiu por muito tempo o ofício debaixo das traves com a direção de filmes e comerciais.

Em 2012, dirigiu o clipe da música “Never Forget”, da dupla islandesa Greta Salóme & Jónsi para o festival Eurovision, competição que reúne canções de toda a Europa. Para esta Copa, dirigiu o comercial islandês da Coca-Cola.

Sem nenhum tipo de treino específico para goleiros até os 20 anos, chegou a pesar 105 quilos e jogar na terceira divisão nacional, amadora. Entrou em forma e começou a escalada rumo à primeira divisão do país.

Em 2011, foi eleito o melhor jogador da Islândia no ano em que seu clube —o Knattspyrn­ufélag Reykjavíku­r— conquistou liga e copa.

Na mesma época, aproveitou a lesão do titular e a suspensão do reserva para estrear pela seleção, contra Chipre, nas eliminatór­ias da Euro de 2012. Não sofreu gols, um grande feito para a equipe naqueles tempos.

Desde aquele jogo, não há outro dono da camisa 1 que não seja Halldórsso­n, o homem mais indicado para materializ­ar, com luvas de goleiro e câmeras, o surreal roteiro da Islândia no futebol mundial em coisa de cinema.

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