Folha de S.Paulo

Dirigido por ídolo, Griezmann sonha com bi da França

Destaque do time azul, atacante se projeta no agora técnico Deschamps, capitão que levantou a taça em 1998

- -Eduardo Geraque

No dia 12 de julho de 1998, aos sete anos de idade, Antoine Griezmann, 27, passou a ter um sonho.

Ao ver o então capitão da seleção francesa, Didier Deschamps, levantar o troféu de campeão do mundo em casa, após bater o Brasil por 3 a 0, e liderar uma das melhores equipes do país de todos os tempos, o garoto começou a projetar-se naqueles heróis, de quem ele corria atrás para pedir autógrafos.

Se a vontade de atuar com a camisa azul em uma Copa do Mundo vai se repetir agora na Rússia, depois de ele ter jogado no Brasil em 2014, parte das ambições de criança do atleta ainda não se concretizo­u.

“Meu objetivo é ganhar a Copa do Mundo com a França”, reafirmou o atleta do Atlético de Madri, quando desembarco­u no país-sede do Mundial deste ano.

Os franceses começam sua campanha no torneio neste sábado (16), às 7h (horário de Brasília), contra a seleção da Austrália. O jogo será realizado na cidade de Kazan.

Desde a Eurocopa de 2016 como um dos protagonis­tas do time azul, apesar da derrota na final para Portugal —no mesmo Stade de France em que Deschamps levantara a taça do Mundial 18 anos antes—, Griezmann se consolidar­á também individual­mente com um eventual triunfo em gramados russos.

Em termos de títulos mundiais, superará Neymar, 26, e vai igualar-se a Özil, 29. Os três atacantes, ao lado de Messi, 30, chegaram à Rússia como potenciais destaques individuai­s de suas seleções.

O atacante brasileiro foi o terceiro colocado no prêmio de melhor do mundo da Fifa, em 2017. Um ano antes, ele havia perdido a mesma terceira posição no exatamente para o jogador francês.

Segundo Griezmann, o mais importante no Mundial da Rússia é obter o título. “Independen­temente do estilo de jogo da equipe”, afirmou.

Para isso, além de um grupo de jogadores jovens, como Mbappé, 19, do Paris Saint-Germain, a seleção contará com Deschamps no comando técnico. O ídolo de infância de Griezmann, que já o dirigiu na Copa do Mundo do Brasil.

“Sinto-me bem neste grupo. Com muita parceria com Deschamps”, disse o atacante do Atlético de Madri, sem entrar em uma das polêmicas que cerca o trabalho do treinador francês às vésperas da disputa do Mundial.

A imprensa francesa critica Deschamps sob o argumento de que ele é conservado­r, por não conseguir armar uma equipe forte no ponto de vista coletivo, apesar da quantidade de talentos individuai­s que tem nas mãos.

Entra nessa lista Giroud, do Chelsea, que desde 2011, quando passou a jogar com a seleção nacional, marcou 30 gols. E também estava no grupo vice-campeão da Eurocopa em casa.

“Nós somos muito fortes principalm­ente no ataque. Mas precisamos defender com os 11 jogadores”, alerta o próprio Griezmann, antes mesmo de a seleção estrear.

O atacante francês, que é neto de portuguese­s por parte de mãe, também encerrou uma polêmica pessoal assim que chegou ao Leste Europeu para o Mundial.

Cobiçado pelo Barcelona, ele disse que já tomou sua decisão e vai continuar jogando pelo Atlético de Madri.

O atacante canhoto, que marcou seis gols em sete jogos na campanha até o vicecampeo­nato europeu —foi o artilheiro isolado do torneio—, veste a camisa francesa desde as categorias de base. Mas, em clubes, ele nunca jogou em seu país natal.

O francês começou a sua carreira no Real Sociedad, da cidade basca de San Sebastián, na Espanha, e, em 2014, transferiu-se para o Atlético de Madri.

Griezmann recebeu uma pu- nição da federação francesa por um ano em 2012, quando estava no sub-21, por ter fugido da concentraç­ão uma vez.

Segundo familiares, ele chegou a cogitar jogar pela seleção portuguesa naquela época, se não conseguiss­e mais voltar a atuar pela França.

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