Folha de S.Paulo

Peru estreia no Mundial após drama de Guerrero

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PERU

DINAMARCA

13h, Arena Mordovia

Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports

Ricardo Gareca, técnico do Peru, que estreia neste sábado (16) contra a Dinamarca, em Saransk, não teve a chance de jogar uma Copa. Mesmo ajudando sua seleção, a Argentina, a se classifica­r para um Mundial.

Em 1985, pelas eliminatór­ias sul-americanas, os argentinos perdiam um jogo por 2 a 1 em Buenos Aires, resultado que deixava a equipe fora da Copa no México.

Até que Gareca, ele mesmo, desviou a bola para o gol e empatou. Com o 2 a 2, a Argentina garantia sua vaga. O adversário desse jogo, curiosamen­te, era o Peru.

Não houve prêmio por ter colocado o país na Copa, e ele ficou fora da convocação para o time que conquistou o bicampeona­to mundial, liderado por Maradona.

Principal astro da seleção hoje comandada por Gareca, Paolo Guerrero por pouco não sofreu a mesma desilusão. Mas não por uma opção do treinador, e sim por determinaç­ão da Fifa.

Em dezembro de 2017, Guerrero foi flagrado no antidoping e suspenso por um ano pela entidade. O exame detectou a presença de benzoilecg­onina, metabólito presente na cocaína.

Após apelação, a pena foi reduzida para seis meses. Voltou a jogar em maio pelo Flamengo. Mas a Wada (Agência Mundial Antidoping) não ficou satisfeita. Entrou com recurso na Corte Arbitral do Esporte, que suspendeu o jogador por mais oito meses.

Sua provável ausência na Rússia causou comoção até entre os adversário­s. Capitães de França, Dinamarca e Austrália, concorrent­es no Grupo C da Copa do Mundo, enviaram carta à Corte pedindo diminuição da pena.

No fim de maio, Guerrero recebeu a notícia de que seu último recurso havia funcionado e, portanto, poderia jogar a Copa.

A comoção, desta vez, foi de seu próprio país, que se despediu dos atletas com grande festa em Lima.

Muitos peruanos nunca viram sua seleção disputar um Mundial. Aliás, nem os jogadores. Todos os convocados nasceram depois de 1982.

Na Rússia, Guerrero, aos 34 anos, fará provavelme­nte a única Copa da carreira. Um feito que quase lhe escapou pelas mãos. Como escapou para Gareca há 33 anos.

Juntos, viverão a partir deste sábado o sonho de representa­r um país e, enfim, ter a sensação do que é estar em uma Copa do Mundo.

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