Escritor nato, eternizou a história e a cultura caiçara
ÁLVARO DÓRIA ORSELLI (1932-2018)
são paulo Quem pesquisar a história de São Sebastião, no litoral de SP, certamente vai se deparar com menções a Álvaro Dória Orselli, o Alvinho.
Ele, que por muito tempo se dedicou a resgatar e promover a cultura caiçara, tornou-se parte integrante dessa história. Segundo familiares, o sebastianense, bem-humorado, dizia que seu lema em vida era preservar a história para perpetuar a cultura local.
Por 25 anos se dedicou ao trabalho nos Correios como agente postal. Foi lá que Alvinho se aposentou, mas sua paixão sempre esteve na fotografia e no jornalismo.
Questionador por natureza, Álvaro não deixou de ser um ouvinte atento para construir seus textos.
Dizer que ele foi um escritor nato não é exagero. Exemplo disso é que estudou apenas até a quarta série, mas deixou a publicação de dois livros sobre causos caiçaras, centenas de artigos e crônicas, dos quais vários foram veiculados na mídia. Também chegou a ser correspondente da Folha na década de 1960.
Em sua homenagem, o arquivo público da cidade leva o nome de Álvaro desde 2012. O local já recebeu muitos de seus registros, que hoje estão disponíveis para consulta.
Nessa trajetória ele ainda teve passagem pela política e foi vice-prefeito, na época em que o eleitor também votava em quem ocuparia esse posto.
Com atuação na cultura e turismo da cidade, deu origem ao Carnaval de rua e ao concurso de poesia Nhô Bento, que se tornaram tradição em São Sebastião.
Morreu no último dia 13, por complicações de uma pneumonia. Deixa a mulher, Mariza, com quem foi casado por 55 anos, os filhos, Álvaro, Estela, Sara, Lauro e Carolina, e dois netos.