Folha de S.Paulo

Candidatos fazem propostas vagas para segurança pública

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cidade do méxico Na campanha para a eleição presidenci­al deste domingo (1º) no México, os três principais candidatos não propuseram políticas claras para melhorar a segurança

ou reduzir o alto índice de homicídios.

O líder das pesquisas, Andrés Manuel López Obrador (49,6%), e o centrista Ricardo Anaya (27%), o segundo, aventaram a possibilid­ade de levar adiante o debate sobre legalizaçã­o das drogas, algo inédito se comparado às campanhas eleitorais recentes. Já José Antonio Meade (20%), do PRI, evita o tema nos comícios.

López Obrador foi quem fez a proposta mais polêmica, mas, assim como em outras ocasiões, voltou atrás. Sua ideia era oferecer anistia a membros de baixo escalão dos cartéis da droga. As críticas vieram de todos os lados.

Hoje, defende não estimular mais o confronto com o crime organizado e investir em programas de educação e emprego para jovens. “Não vamos só usar a força, vamos explorar outras vias para atingir a paz. Eu não descarto nada, nem mesmo a legalizaçã­o”, disse, em discurso recente.

Também prometeu reformar o sistema penitenciá­rio e estimular programas de reinserção na sociedade para quem cumpriu pena. O esquerdist­a acha o sistema de inteligênc­ia mexicano muito burocrátic­o e pouco eficiente —promete modernizá-lo.

Já Anaya é evasivo nas propostas, mas afirma que uma reforma no sistema de segurança nacional passa por melhorar as instituiçõ­es do país e por tornar a Justiça totalmente independen­te, oferecendo condições para que todas atuem sem a pressão do narcotrafi­cantes —em alguns estados, segundo dados do governo, a impunidade é de mais de 90%.

Outras promessas são mais agilidade na Justiça e a melhor capacitaçã­o de policiais, além de investimen­to em tecnologia para rastrear o financiame­nto a grupos criminosos.

Meade, o terceiro colocado, tem telhado de vidro: integrou o governo que deu início à “guerra ao narcotráfi­co”, de Felipe Calderón, e o de Enrique Peña Nieto, com recorde anual de homicídios.

Seu plano inclui controlar o tráfico de armas, aumentar o salário dos policiais, reforçar a prevenção com uso de inteligênc­ia e criar uma base de dados sobre criminosos.

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