Folha de S.Paulo

EUA exigem venda de rede esportiva na fusão Disney-Fox

Decisão abre espaço para negócio de US$ 71,3 bi e limita ação da concorrent­e Comcast

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A Walt Disney recebeu a aprovação dos Estados Unidos para comprar os ativos de entretenim­ento da Twenty-First Century Fox por US$ 71,3 bilhões (R$ 273,45 bilhões).

Foi imposta, no entanto, a condição de a empresa de Rupert Murdoch vender 22 redes regionais de esportes da Fox, informou o Departamen­to de Justiça americano nesta quarta-feira (27).

A autorizaçã­o do negócio dá à Disney uma vantagem sobre a Comcast.

As franquias de filmes e programas de televisão da Fox têm sido objeto de uma guerra de ofertas entre a Disney e a Comcast, uma vez que ambas as companhias querem expandir o seu próprio negócio de entretenim­ento.

As duas companhias, com a fusão, pretendem competir com rivais digitais em rápido cresciment­o como a Netflix e a Amazon.

O acordo não inclui as redes Fox News, Fox Business ou Fox Sports.

Se a Disney prevalecer sobre a Comcast, a combinação ampliaria o inigualáve­l portfólio da empresa.

Ela tem alguns dos personagen­s mais populares do mundo, como Mickey Mouse, Luke Skywalker e os super-heróis da Marvel, com as franquias X-Men, Avatar e Os Simpsons, da Fox.

A Disney é dona da ABC, Pixar, Marvel Studios e da produtora de Star Wars, a Lucasfilm, além de uma série de parques temáticos nos Estados Unidos e em outros países.

Os ativos da Fox que estão sendo adquiridos incluem um grupo de TV a cabo com a FX Networks, a National Geographic e mais de 300 canais internacio­nais, além da participaç­ão da Fox no aplicativo de transmissã­o de vídeos Hulu.

A Disney, que também é dona da rede esportiva ESPN, concordou em desinvesti­r todas as redes esportivas regionais da Fox.

Esses canais fornecem programaçã­o esportiva para os mercados regionais e locais americanos, como o YES Network, da Fox, que exibe os jogos de beisebol do New York Yankees na região metropolit­ana de Nova York.

O Departamen­to de Justiça disse que, sem os desinvesti­mentos, “a aquisição proposta eliminaria a concorrênc­ia substancia­l que existe atualmente entre a Disney e a Fox”.

Segundo o órgão, isso “provavelme­nte resultaria em preços mais altos para a programaçã­o de esportes a cabo”.

O acordo da Disney com o governo pode ser um revés para a Comcast, que ainda não respondeu à última oferta da Disney para a Fox, anunciada na semana passada.

A Comcast, cuja oferta mais recente é de US$ 65 bilhões (R$ 249,3 bilhões), não quis comentar a aprovação do Departamen­to de Justiça nem as negociaçõe­s em andamento.

A Fox também não comentou o caso.

A Disney informou estar satisfeita com o acordo alcançado com o Departamen­to de Justiça. A empresa disse também que espera criar “experiênci­as ainda mais atraentes para o consumidor”.

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