Folha de S.Paulo

Marcelo se machuca, e Brasil tem recorde de lesionados

Colchão mais macio pode ter causado dor nas costas do lateral, diz médico

- Camila Mattoso, Diego Garcia e Sérgio Rangel Eugenio Savio

A lesão sofrida pelo lateral esquerdo Marcelo no começo do jogo desta quartafeir­a (27) contra a Sérvia foi o terceiro problema médico de um dos convocados por Tite durante a disputa do Mundial. A seleção nunca teve tantos lesionados concomitan­temente durante uma Copa.

“Podemos falar em 24 ou 48 horas [para a recuperaçã­o]. Ele foi medicado, ainda é cedo para falar, mas a expectativ­a é muito boa”, disse o médico da equipe, Rodrigo Lasmar, que não descartou a volta do lateral já nas oitavas, contra o México, na segunda (2).

Lasmar disse que o jogador teve um espasmo na coluna e descartou que a dor no local possa ter sido causada por carga excessiva de treinos ou por desgaste após a temporada europeia. “Talvez tenha relação com o colchão um pouco mais macio no hotel. Ele teve um mau jeito na coluna.”

Marcelo foi substituíd­o na lateral esquerda por Filipe Luís, que deve continuar na equipe titular caso o jogador do Real Madrid não se recupere a tempo de jogar a partida contra o México.

Se o reserva imediato também se lesionar, Tite terá de improvisar um jogador no setor. O volante Fernandinh­o seria a opção mais provável.

Além de Marcelo, o lateral direito Danilo sentiu o quadril durante um treino na semana passada e desfalcou a seleção nas duas últimas partidas. Existe a chance de que retorne para as oitavas de final.

“Danilo vem evoluindo bem. Começou a fazer um trabalho com bola hoje [quarta-feira], amanhã [quinta-feira, 28] vamos reavaliá-lo. Mas estamos otimistas”, disse Lasmar.

Caso Danilo não possa retornar para encarar o México, Fagner continuará como titular. A outra opção do treinador seria improvisar o zagueiro Marquinhos no setor.

Por fim, o meia-atacante Douglas Costa —que machucou a coxa direita no jogo contra a Costa Rica— ainda é dúvida para o próximo jogo. É com ele que o médico da CBF adotou maior cautela.

“Quanto a Douglas Costa, precisamos aguardar a chegada a Sochi para avaliar.”

Dos 23 convocados por Tite para a Copa, 7 tiveram algum tipo de lesão recentemen­te.

Além dos três casos já mencionado­s, Neymar, que disputa o Mundial menos de três meses após cirurgia por causa de lesão no pé direito, já deixou um treino com dores no tornozelo, mas não ficou fora de nenhuma partida.

Renato Augusto sentiu dores no joelho esquerdo e ficou oito dias sem treinar, o volante Fred ficou de molho por seis dias e Fagner se apresentou à seleção, ainda em maio, com lesão na coxa direita. Todos eles já estão recuperado­s.

As seleções tiveram até 24 horas antes de seu jogo de estreia na Copa para trocar jogadores lesionados da lista de 23 convocados, recurso não utilizado pela seleção brasileira.

Em outros Mundiais, o Brasil teve no máximo um desfalque por lesão. No total, cinco jogadores se contundira­m nas outras participaç­ões brasileira­s na competição.

O primeiro desfalque foi Pelé. Na Copa de 1962, no Chile, ele sofreu uma distensão muscular durante a segunda partida do Brasil no torneio, contra a Tchecoslov­áquia (empate em 0 a 0),e não jogou mais naquela Copa do Mundo.

O meia Leivinha sofreu contusão muscular no terceiro jogo do Brasil na Copa de 1974, na Alemanha. Já nos EUA, em 1994, o zagueiro Ricardo Rocha teve lesão muscular logo na estreia. Na Copa de 2010, na África do Sul, o meia Elano teve edema no tornozelo. O quinto desfalque brasileiro foi em 2014, de Neymar, que fraturou a vértebra lombar em entrada por trás do colombiano Zúñiga.

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Paulinho chuta na saída do goleiro para marcar o primeiro gol do Brasil na vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia, em Moscou

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