Proteína do abacaxi é usada para tratar ferimentos e queimaduras
Maria Fernanda Ziegler
são paulo Os efeitos anti-inflamatórios de uma proteína do abacaxi foram somados à nanocelulose bacteriana. O resultado é um curativo (na forma de emplastro ou gel)que pode ser usado para a cicatrização de ferimentos, queimaduras e até úlceras.
A novidade vem de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Sorocaba (Uniso) e da Unicamp.
Em testes, membranas de nanocelulose bacteriana foram submersas por 24 horas em solução de bromelina, a proteína do abacaxi. O resultado foi um aumento de nove vezes na atividade antimicrobiana da película.
A bromelina também criou uma barreira seletiva que potencializou a atividade proteica e outras atividades importantes para a cicatrização, como o aumento de antioxidantes e da vascularização.
“Uma pele não íntegra tem como maior problema a contaminação. O paciente fica suscetível a ter uma infecção seja em casos de queimaduras, ferimentos ou feridas ulcerativas. A bromelina cria essa barreira tão importante”, diz Angela Jozala, da Uniso.
Por ser uma enzima, porém, a molécula tem limitações de uso na indústria, uma vez que é facilmente desnaturada e degradada, além de ser instável em algumas formulações.
O trabalho dos cientistas, apoiado pela Fapesp, teve resultados publicados na Scientific Reports, do grupo Nature.