Europa diz que irá reagir a sobretaxas de Trump em automóveis
bruxelas As ameaças de sobretaxar em 20% as importações de veículos montados da União Europeia, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem fazendo nas últimas semanas, podem desencadear uma retaliação global de até US$ 300 bilhões aos produtos americanos.
A advertência foi feita pela Comissão Europeia ao Departamento de Comércio americano pela primeira vez, em um recado por escrito a que o jornal Financial Times teve acesso.
Em entrevista à emissora Fox News neste domingo (1º), Trump rebateu as afirmações de que seus ataques aos europeus são improdutivos e que ele deveria reforçar seus laços com a Europa para enfrentar a questão comercial com a China.
“A União Europeia é, provavelmente, tão ruim quanto a China, só que é menor. É terrível o que eles fazem com a gente”, disse Trump.
Há pouco mais de um mês, seu governo abriu investigação para determinar se a importação de automóveis representava ameaça à segurança nacional.
Para Bruxelas, a medida pode empurrar a economia para uma guerra comercial com impactos sobre o emprego gerado pelo setor.
Em um sinal da preocupação com a atitude de confronto na política comercial de Trump, que já alimentou tensões em relação ao aço e ao alumínio, o documento de Bruxelas aponta que a medida “poderia resultar em mais um desrespeito ao direito internacional” por parte do governo americano.
Afirma também que a imposição de tarifas aos automóveis não seria aceita pela comunidade internacional e que “prejudicaria ainda mais a reputação dos EUA”.
A General Motors foi a mais recente montadora a alertar contra as tarifas, afirmando que elas elevariam os preços de seus veículos em milhares de dólares, prejudicaria sua competitividade e levaria a perda de empregos. A BMW também disse que cortaria investimentos e empregos.
Fabricantes alertaram nesta semana que a imposição de tarifas sobre carros importados elevaria os preços de tais veículos em cerca de US$ 6.000 (R$ 22.680) por carro.
Autoridades europeias reforçaram que nenhuma decisão sobre a retaliação foi tomada ainda, mas que as medidas ocorreriam em um volume significativo.