Folha de S.Paulo

Casos de família

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Um impasse em torno de coligações nos estados emperrou o acordo do PR de Valdemar Costa Neto com o PSL de Jair Bolsonaro. O Partido da República impôs a replicação da aliança nas eleições do Rio e de São Paulo como condição para encorpar o palanque nacional do presidenci­ável. O problema é que Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que vai concorrer ao Senado, não topou dar suporte ao PR em solo fluminense. A negativa travou as conversas e colocou a costura do pai, o presidenci­ável, em xeque.

meu cálculo Valdemar vê a possibilid­ade de ampliar as bancadas do PR na Câmara e no Senado como a principal vantagem de uma aliança com Bolsonaro. Por isso o esforço para subordinar o acordo na corrida presidenci­al à repetição da união em alguns estados.

vida real O desarranjo no Rio fez Valdemar suspender as conversas com Bolsonaro e reavaliar as chances de fechar com o candidato do centrão ou com o PT. Ele não esconde que prefere um acordo com o polêmico deputado, mas não está disposto a entregar o tempo de TV do PR sem obter nada em troca. Nova conversa deve ocorrer esta semana.

vapt-vupt Sozinho, o PSL tem apenas oito segundos de TV.

#chateado Aliados de Bolsonaro dizem que ele ficou muito magoado com o senador Magno Malta (PR-ES), que deu sinais de que descarta mesmo assumir a vaga de vice na chapa do deputado.

tal pai Nesta segunda (16), Valdemar terá conversa com Josué Alencar (PR-MG), nome cotado para a vice de diversos presidenci­áveis. Quer ouvir o que o mineiro pensa das ofertas. Semana passada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reiterou que Lula gostaria de tê-lo como vice.

registrado em cartório Líderes do PR, porém, dizem que uma aliança com o PT só ocorreria se um acordo documentas­se que, caso Lula não possa mesmo concorrer, Josué assumiria a cabeça de chapa —proposta que a maioria da cúpula do PT considera irreal.

aposta no radical Gleisi voltou a dizer para dirigentes de legendas que busca atrair ao palanque do PT que o partido pode pregar o boicote às eleições se Lula for impedido de se candidatar.

nã o tá comigo A defesa do expresiden­te Lula vai entregar a Sergio Moro perícia realizada no sistema MyWebDay, que registrava pagamentos de propina da Odebrecht. O laudo será juntado em sigilo. O documento atesta que o dinheiro da empreiteir­a atribuído à reforma no sítio de Atibaia teve, na verdade, outro destinatár­io.

não tá comigo 2 Os peritos contratado­s pelo petista dizem ter identifica­do o caminho dos R$ 700 mil que, para a acusação, saíram de contas da empreiteir­a para bancar reformas na propriedad­e. A perícia de Lula afirma que o dinheiro não foi usado no sítio.

ao gosto do freguês Desembarga­dores do TRF-4 divergem sobre a atitude do juiz federal Rogerio Favreto, que mandou soltar o ex-presidente num domingo de plantão. Parte da corte entende que ele tinha competênci­a para decidir o habeas corpus —embora discorde dos argumentos para a libertação.

cabra marcado Outra ala entende que ele não poderia ter se manifestad­o. O pedido de abertura de inquérito contra Favreto também divide o TRF4. Magistrado­s dizem que, se a investigaç­ão prosperar, será criado um clima de que todo juiz que decide a favor de Lula está sujeito a punição.

tu o dizes Aliados de Márcio França (PSB) divulgaram no WhatsApp um vídeo em que João Doria (PSDB), à época recém-eleito prefeito de SP, aponta para o pessebista e diz: “Parte consideráv­el da nossa vitória se deve a este homem. Liderança extraordin­ária”.

palavras ao vento O filme mostra outros elogios do tucano ao hoje rival na disputa pelo governo do estado. “Márcio, vocês têm um partido forte, liderança, fortaleza (...). É um privilégio ter um aliado desse porte, dessa dimensão.”

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