Folha de S.Paulo

Covas adia prazo para concessão do Pacaembu

Edital foi alterado para atender TCM, e entrega de propostas foi prorrogada por um mês; gestão teve revés com Ibirapuera

- Guilherme Seto

A gestão Bruno Covas (PSDB) decidiu adiar em um mês a licitação de concessão do estádio do Pacaembu à iniciativa privada. A abertura dos envelopes com as propostas dos interessad­os estava agendada para quarta (18) e foi adiada para 16 de agosto.

A prorrogaçã­o é reflexo dos obstáculos do pacote de de- sestatizaç­ão da gestão tucana, bandeira do ex-prefeito João Doria (PSDB) assumida depois por Covas —que completou cem dias no cargo.

Na última semana, Covas já teve que anunciar uma reviravolt­a no plano de concessão de parques devido à resistênci­a do governador Márcio França (PSB), rival de Doria na disputa ao governo de SP, em liberar parte do Ibirapuera.

Com isso, além de adiar, vai retirar 4 dos 5 parques periférico­s que entrariam num “combo” da concessão do Ibirapuera —que terá só a parte municipal sob gestão privada.

No caso do Pacaembu, a decisão foi tomada para tentar evitar que a licitação fique travada no TCM (Tribunal de Contas do Município), como já aconteceu com outros equipament­os do pacote —como a concessão de cemitérios e a privatizaç­ão do Anhembi.

Por isso, a gestão Covas incorporou apontament­os do TCM em nova versão do edital, oficializa­da no sábado (14).

Entre as principais mudanças do novo edital estão a alta do valor mínimo de outorga para R$ 37 milhões (no começo do ano, seria R$ 12,4 mi; em maio, subiu para R$ 36 mi) e a elaboração de um anexo que trata dos direitos e deveres dos usuários do estádio.

O novo edital também passou a especifica­r que os contratos de prestação de serviços do concession­ário se referem só ao Pacaembu, sem envolver outros equipament­os da pasta de Esportes e Lazer.

O prazo de 35 anos de concessão ficou mantido, assim como a projeção da prefeitura de R$ 500 milhões em ga- nhos ao município, incluindo outorga, investimen­tos e novos impostos. Em 2017, segundo a gestão Covas, houve gastos de R$ 8,3 milhões, contra uma receita de R$ 2,3 milhões do estádio do Pacaembu.

A empresa vencedora terá de fazer reformas, como a mudança completa dos sistemas hidráulico e elétrico. O Pacaembu teve em 2017 constantes quedas de energia em jogos.

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