Folha de S.Paulo

Venha de onde vier

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

A ausência de um nome das hostes do centrão que tenha porte incontestá­vel para a vaga de vice de Geraldo Alckmin (PSDB) fez dirigentes dos partidos que compõem o grupo abrirem a possibilid­ade ao tucano de buscar seu parceiro de chapa em outra legenda —inclusive fora da coligação. Não é a saída preferida mas, dado o cenário criado pela recusa de Josué Alencar (PR-MG), a prioridade é não criar novo constrangi­mento. Há um porém: o forasteiro será analisado, e o bloco terá poder de veto.

tipo isso, só que não O exemplo citado por integrante­s do grupo como um nome de fora que seria aceito sem problemas é praticamen­te impossível: Alvaro Dias (Podemos). Rival de Alckmin na disputa presidenci­al, ele já descartou diversas vezes uma composição com o tucano.

brainstorm­ing Enquanto o vice ideal não aparece, o centrão vai continuar a passar um pente-fino nos quadros de seus partidos para tentar chegar a um entendimen­to. Alckmin reiterou nesta quinta (26) que conta com uma indicação do grupo.

poder da mente Dirigentes do bloco comentaram que o tucano foi revigorado pela aliança. “O clima em volta dele é outro”, disse um presidente de partido. “Achei até o discurso mais empolgante, ele mais cabeludo, mais bonito”, emendou aos risos.

meu tratado Às vésperas da convenção que vai oficializa­r a candidatur­a de Henrique Meirelles, o MDB lançará documento intitulado “Carta Aberta à Nação”. O texto diz que a sigla não teve tempo para “implantar e desenvolve­r plenamente” suas propostas e pede continuida­de.

caminho do meio A carta faz elogios a Meirelles, diz que ele tem a experiênci­a e o equilíbrio e cita a passagem pelo Ministério da Fazenda. “O Brasil não quer ir para a direita nem para a esquerda. O que os brasileiro­s querem é ir em frente”.

em papel timbrado O texto termina com uma convocação para que a militância defenda o candidato da sigla e diz que “Henrique Meirelles será o primeiro presidente do MDB eleito pelo voto direto”. Tancredo Neves foi escolhido em 1985 por um colégio eleitoral. Michel Temer ascendeu ao Planalto com o impeachmen­t de Dilma Rousseff.

prevendo o pior Depois de o PSB ter adiado para o último dia possível, 5 de agosto, a decisão sobre o rumo que vai tomar na eleição presidenci­al, dirigentes do PT passaram a tratar como cada vez mais remotas as chances de uma aliança com o partido.

prevendo o pior 2 A avaliação interna é a de que os socialista­s vão com Ciro Gomes (PDT) e devem levar o PC do B junto.

pesadelo Os petistas também devem se preocupar com o Pros. As conversas estavam bem encaminhad­as, mas o aceno da Rede com a vice de Marina Silva para Maurício Rands (Pros-PE) pesou.

haja saliva Os presidente­s de siglas da esquerda —PT, PDT, PC do B, PSB e PSOL— vão se reunir na semana que vem. O PC do B vai voltar a pregar a tese da união em torno de um único nome, embora admita que é difícil PT ou PDT abrirem mão de suas candidatur­as ao Planalto.

e o amor à farda? Citado como opção para a vice de Jair Bolsonaro (PSL), o astronauta Marcos Pontes tornou-se alvo de críticas entre militares. Ele é tratado com desdém por ala das Forças que o acusa de, depois de chegar à Nasa com investimen­to federal, ter deixado a Aeronáutic­a para atuar na iniciativa privada.

sem fantasia Dirigentes do PSL ainda apostam no nome do deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) para o posto. Avaliam que, entre os cotados, ele é o que mais agrega votos à chapa presidenci­al.

gol contra O desconfort­o de parte da direção do PSL com seu presidente interino, Gustavo Bebianno, começou em abril, quando ele divulgou vídeo desaconsel­hando filiações ao diretório do DF, que é ligado à antiga executiva da legenda.

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