Folha de S.Paulo

Inflação do aluguel tem alta acumulada de 8,24% em 12 meses

- Arthur Cagliari

O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), usado como referência para a correção de contrato de aluguel residencia­l, desacelero­u para 0,51% em julho, ante 1,87% no mês anterior.

No acumulado de 12 meses, porém, a alta é de 8,24%, acima do valor de 6,92% registrado em junho, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta segunda-feira (30).

O acumulado de 12 meses do IGP-M é usado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóvel residencia­l.

O reajuste de julho deve ser usado em contratos que vencem em agosto, cujo pagamento ocorre em setembro.

Para Salomão Quadros, superinten­dente-adjunto de inflação do Ibre-FGV, a alta no período é reflexo de instabilid­ades ocorridas na economia do país neste ano.

“A relação de 12 meses sobe porque nesse período tivemos alta no preço da gasolina, um câmbio instável e também a paralisaçã­o dos caminhonei­ros”, explica Quadros.

“O valor do índice para esse período deve continuar a subir nos próximos dois meses, já que no ano passado tivemos taxas negativas.”

Em pesquisa do Datafolha, realizada em junho, sete de cada dez brasileiro­s opinaram que a paralisaçã­o dos caminhonei­ros trouxe mais prejuízos do que benefícios ao país. Eles ainda disseram que o governo deveria controlar o preço dos combustíve­is e do gás de cozinha mesmo que isso resulte em prejuízo à Petrobras.

Quem está prestes a sair de um contrato e não quer refazê-lo com o atual valor e ajuste do IGP-M encontra-se em bom momento para negociar um novo acordo, diz Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP (sindicato do setor).

“Se o inquilino paga as contas em dia e vai refazer um contrato antigo, essa é a hora de negociar com o proprietár­io”, afirma. “O mercado ainda está favorável para o locatário porque a oferta de imóveis se mantém grande.”

Embora no acumulado o valor do índice suba, se analisado somente em julho a desacelera­ção mostra que o câmbio mais estável neste mês e a paralisaçã­o dos caminhonei­ros deixaram os preços recuar.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, por exemplo, apresentou variação positiva de 0,50%, ante 2,33% no mês anterior.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que tem peso de 30% no índice geral, desacelero­u a alta para 0,44%, ante 1,09% antes, com recuo em sete das oito classes de despesas que compõem o índice.

O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) avançou 0,72% em julho, depois de subir 0,76% antes.

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