Folha de S.Paulo

Nova fábrica argentina da Nissan foca o Brasil

Unidade em Córdoba irá produzir picapes voltadas para exportação; montadora investe US$ 600 mi e abre mil empregos

- Joana Cunha A repórter viajou a convite da Nissan

Enquanto o Brasil reajusta para baixo as projeções de exportaçõe­s de automóveis para a Argentina, a japonesa Nissan inaugurou nesta segunda-feira (30) sua linha de produção de picapes em Córdoba.

Com um investimen­to de US$ 600 milhões (R$ 2,2 bilhões) e capacidade de produção de 70 mil unidades por ano, 50% da produção será voltada à exportação. O Brasil é o principal mercado.

A nova linha de produção está instalada no mesmo complexo industrial da aliança com a Renault, onde já trabalham 2.400 funcionári­os. A expansão vai gerar cerca de mil novos empregos diretos.

A produção começa nesta semana com o modelo Frontier, da Nissan. Neste ano também terá início a fabricação do Alaskan, da Renault. Para 2019, está previsto o Classe X, da Mercedes-Benz.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, participou da inauguraçã­o da fábrica.

Ele exaltou um total de US$ 5 bilhões (R$ 18,5 bilhões) de investimen­tos do setor automotivo em geral no país, mencionou a geração de empregos e se esforçou para mostrar aos trabalhado­res presentes que a crise atual não se compara às turbulênci­as passadas.

“Tomamos muitas medidas. Atuamos rapidament­e, e isso nos permitiu começar a enfrentar as dificuldad­es, sem mudar de rumo”, disse Macri.

Questionad­o se acreditava que a atual crise argentina afeta os planos da multinacio­nal, Hiroto Saikawa, presidente mundial da Nissan, negou.

“Esse é o nosso plano de investimen­to para a América Latina. Fizemos investimen­to primeirame­nte no Brasil e depois na Argentina”, disse.

A questão da manipulaçã­o de testes de emissão pela Nissan no Japão, um assunto que veio à tona em julho, foi tratada como tabu.

A assessoria de imprensa solicitou que não fossem feitas perguntas sobre o assunto. A montadora japonesa informou que mediu indevidame­nte as emissões de escapament­os e a economia de combustíve­l de 19 modelos no Japão.

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