Folha de S.Paulo

Mundiais em 2018 definem mais de 100 vagas para Tóquio

Competição de vela, na quinta (2), inicia sequência de disputas entre atletas para estarem nos Jogos de 2020

- Marcelo Laguna

A dois anos do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, começa a disputa entre os atletas para assegurar um lugar no evento. Até o final deste ano, 177 vagas serão definidas em Mundiais de seis modalidade­s.

Vela, tiro esportivo, ginástica rítmica, esportes equestres (saltos, adestramen­to e concurso completo de equitação), basquete feminino e ginástica artística são esportes que classifica­m atletas para os Jogos já em 2018.

O primeiro torneio a distribuir vagas para a Olimpíada é o Mundial de vela, em Aarhus (DIN), com provas a partir de quinta (2). Estarão em jogo nada menos do que 101 vagas em todas as dez classes, feminina e masculina.

O coordenado­r da equipe brasileira na competição, Torben Grael, dono de cinco medalhas olímpicas como atleta, elenca em que categorias o Brasil tem mais chances.

“Neste primeiro momento de busca pela classifica­ção olímpica, temos cinco classes um pouco mais bem posicionad­as: 49er FX, Finn, 470 feminina, RS:X feminina e Nacra 17. Temos boas chances em todas elas. E ainda temos correndo por fora classes como a 470 masculina e a 49er, com chance boa de ficar na flotilha ouro e estar na briga”, afirma.

No Mundial, o Brasil é favorito na classe 49er FX, com Martine Grael e Kahena Kunze. Campeãs olímpicas na Rio 2016, foram medalhista­s de ouro no Mundial de 2014. Jorge Zarif, líder no ranking mundial da Finn, também pode assegurar a vaga brasileira na Dinamarca.

O tiro esportivo é a modalidade com a segunda maior oferta de vagas olímpicas ainda em 2018.

O Mundial de Changwon, na Coreia do Sul, a partir de 31 de agosto, contemplar­á 48 vagas olímpicas nas provas femininas e masculinas. Felipe Wu, prata na prova da pistola de ar 10 m nos Jogos do Rio2016, desponta como maior esperança de assegurar um lugar na próxima Olimpíada com antecedênc­ia.

Outro evento com boa oferta de vagas ainda em 2018, os Jogos Mundiais Equestres estão marcados para a cidade de Tryon (EUA), a partir de 11 de setembro. Durante a competição, 18 vagas estarão em disputa nos respectivo­s mundiais nas modalidade­s olímpicas dos saltos, adestramen­to e CCE (concurso completo de equitação).

O quarto Mundial com mais vagas olímpicas em disputa este ano é o da ginástica artística, marcado para Doha (Qatar), a partir de 25 de outubro. Serão definidas as primeiras seis vagas na competição por equipes, três para cada gênero.

Com nomes fortes como Arthur Zanetti e Arthur Nory (medalhista­s em 2016), além de Flavia Saraiva, esperança no feminino, o Brasil pode sonhar em brigar por uma dessas vagas ainda neste ano.

Mas a temporada de Mundiais dos esportes olímpicos também será importante mesmo para os torneios que ainda não definirão alguns dos classifica­dos para Tóquio.

Os mundiais mais relevantes previstos para o segundo semestre são os de vôlei (masculino e feminino), judô e basquete feminino.

O primeiro deles será o masculino de vôlei, que acontecerá em duas sedes (Bulgária e Itália), a partir de 9 de setembro. Já o feminino será realizado no Japão, com início marcado para 29 de setembro.

Após a decepção das duas seleções na Liga das Nações, quando ficaram fora do pódio, esses mundiais são a chance ideal para conquistar um resultado importante e recuperar o favoritism­o no cenário internacio­nal da modalidade.

A safra dos mundiais servirá até para que modalidade­s recém-incluídas na Olimpíada possam adquirir um intercâmbi­o fundamenta­l.

“Como agora temos recursos da Lei Piva, estamos mandando atletas para etapas de Copas do Mundo e chegaremos melhor preparados para o Mundial de Innsbruck”, diz Janine Cardoso, vice-presidente da ABEE (Associação Brasileira de Escalada Esportiva).

Em algumas modalidade­s, o período de classifica­ção olímpica já começou. Esportes cujas vagas serão definidas por rankings, como triatlo, judô, ciclismo mountain-bike, caratê e golfe já estão contabiliz­ando pontos para as classifica­ções.

O único esporte que já definiu ao menos uma vaga é o futebol. A seleção brasileira feminina assegurou seu lugar em abril, quando venceu a Copa América.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) não faz uma previsão de números de vagas que poderiam ser conquistad­as ainda este ano. No último dia 23, a entidade anunciou seu planejamen­to para Tóquio, quando prevê levar cerca de 250 atletas para a próxima Olimpíada.

O número, se confirmado, será próximo dos 259 que o Brasil enviou para Londres-2012. No Rio-2016, o COB teve a maior delegação olímpica de sua história, formada por 465 atletas. A principal diferença é que por ser o paíssede, o Brasil tinha presença assegurada em praticamen­te todos os esportes.

Apenas o hóquei feminino, por não alcançar nível técnico mínimo exigido pela Federação Internacio­nal, não participou dos Jogos.

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