Folha de S.Paulo

Caixa lança site para apostas em loterias; valor mínimo é de R$ 30

Banco lança site que aceita palpites de R$ 30 a R$ 500; pagamento é com cartão

- Anaïs Fernandes

A Caixa Econômica Federal lançou um portal pelo qual qualquer pessoa pode fazer apostas nas loterias que o banco administra, como a Mega-Sena e a Quina. A aposta mínima por dia é de R$ 30, e a máxima, de R$ 500.

Desde esta sextafeira (10), jogadores podem fazer apostas nas principais modalidade­s da Loterias Caixa pela internet, mesmo sem serem correntist­as do banco.

Até então, somente clientes da Caixa conseguiam usar o internet banking para apostas —e apenas na Mega-Sena.

O Portal Loterias Online disponibil­iza jogos na Mega-Sena, Lotofácil, Quina, Lotomania, Timemania, Dupla Sena, Loteca, Lotogol e Dia de Sorte.

Para participar, é necessário cadastrar seu CPF no site www.loteriason­line.caixa.gov. br, para verificar se o apostador é maior de idade.

As apostas online têm valor mínimo de R$ 30 e máximo de R$ 500 por dia. Nas casas lotéricas, os gastos médios costumam ficar entre R$ 5,25 e R$ 9,66, segundo a Caixa. O pagamento da aposta é feito exclusivam­ente com cartão de crédito.

Os ganhadores poderão transferir os valores para uma conta pessoal ou retirar o dinheiro nas agências da Caixa e lotéricas.

O site funciona 24 horas, mas o horário de encerramen­to das apostas no portal segue a mesma regra daquelas registrada­s nas lotéricas.

Para outubro, a Caixa prepara o lançamento de um aplicativo e, até o fim do ano ou no início de 2019, o oferecimen­to de jogos exclusivos da plataforma digital.

A expectativ­a do banco é que em um ano o universo online represente 3% do total de apostas das lotéricas, ou R$ 457 milhões em arrecadaçã­o. Futurament­e, a ideia é que essa participaç­ão alcance os 5%.

“Estamos chegando a um público, sobretudo mais jovem, que hoje não vai às casas lotéricas”, disse Nelson Antônio de Souza, presidente da Caixa.

Segundo ele, a média dos frequentad­ores das lotéricas tem 50 anos, sendo a maioria de homens e com renda abaixo de R$ 3.000.

“As mulheres só representa­m 15% dos clientes das lotéricas, mas são mais de 50% do mercado eletrônico. Hoje, elas estão de fora das casas.”

A novidade apresentad­a pela Caixa vem cerca de um mês após a tentativa fracassada de vender a Lotex, braço de loterias instantâne­as (as chamadas raspadinha­s) do banco, por falta de interessad­os.

Com a crise, a arrecadaçã­o da Loterias caiu quase 14% entre 2015 e 2016. No ano passado, subiu 8%, para R$ 13,9 bilhões, e até julho deste ano foram R$ 7,5 bilhões. A Caixa espera atingir R$ 15 bilhões em 2018.

O banco calcula que ficará com 12% das receitas das apostas feitas pelo site. Hoje, retém 10% do faturament­o das apostas nas lotéricas.

O lançamento da plataforma foi previsto inicialmen­te para meados de 2017, mas atrasou devido às negociaçõe­s com as casas lotéricas. A categoria teme a perda de clientes e, consequent­emente, de receita.

A cada jogo nas lotéricas, 8,7% ficam com a casa. Do total dos jogos online, 3,11% serão destinados às lotéricas.

O montante será distribuíd­o entre as unidades de acordo com quanto cada uma recolhe com os respectivo­s jogos.

“Somos a favor da loteria pela internet, é o futuro, não tem como escapar. Mas não apoiamos com essa comissão. Se a casa perder um cliente físico, terá que repor com três no online”, diz Jodismar Amaro, presidente da Febralot (federação das empresas lotéricas).

O Brasil tem hoje 13 mil casas lotéricas.

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