Folha de S.Paulo

CNPq e Finep alertam para dificuldad­es no orçamento de 2019

- Phillippe Watanabe

são paulo Depois da Capes se pronunciar sobre o possível corte de bolsas de estudos para 2019, agora foi a vez do CNPq e da Finep fazerem declaraçõe­s sobre os riscos do encolhimen­to orçamentár­io.

Em carta aberta, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o) alerta que o corte previsto de cerca de 33% de seu orçamento poderá limitar lançamento de editais e contrataçõ­es de novos projetos.

Segundo a agência, as bolsas já concedidas não estão ameaçadas para o ano de 2019, mas que os cortes afetam o sistema brasileiro de pesquisa.

“A história comprova isso: nações que se desenvolve­ram efetivamen­te, que deram salto em busca de se tornarem mais prósperas e justas, valeram-se intensamen­te dos benefícios proporcion­ados pela pesquisa científica”, diz a carta.

A entidade afirma que o investimen­to atual em ciência no país chega a 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) e pede que esse valor seja aumentado para, no mínimo, 2%.

O CNPq diz que o seu orçamento de 2018 foi de R$ 1,2 bilhão e que a previsão para 2019 é de R$ 800 milhões.

No caso da Finep (Financiado­ra de Inovação e Pesquisa), os recursos —provenient­es do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o)— necessário­s para o cumpriment­o correto de todos os compromiss­os de fomento (linha não reembolsáv­el) estão na casa de R$ 1,6 bilhão, segundo Marcos Cintra, presidente da entidade.

O orçamento de 2019 destinado a esse fim seria de R$ 746 milhões e pode diminuir. “É um panorama assustador, de renúncia de toda e qualquer iniciativa de apoio à ciência e tecnologia no Brasil.”

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