Folha de S.Paulo

Em prisão de famosos, 25% das mulheres são acusadas de matar menor

- Alfredo Henrique Agora

O complexo penitenciá­rio de Tremembé, no interior de São Paulo, mantém presos que correriam risco de morte em unidades prisionais padrão.

O perigo ocorre devido à natureza dos crimes cometidos, como assassinat­o de crianças e adolescent­es —motivo para a prisão de 25% da população carcerária de 334 presas da Penitenciá­ria Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé 1.

Os dados são da SAP (Secretaria de Administra­ção Penitenciá­ria), ligada à gestão Márcio França (PSB).

Proporcion­almente, a quantidade é quase três vezes maior que a de homens presos pelo mesmo crime no complexo.

Na Penitenciá­ria Masculina Doutor José Augusto César Salgado, de Tremembé 2, o assassinat­o de menores correspond­e a 9,2% das condenaçõe­s do total de 476 presos.

Foi para Tremembé que a Justiça encaminhou os três acusados (dois homens e uma mulher) pela morte de Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, 12, em junho.

Os homicídios em geral estão ligados a 45% e 35% das populações feminina e masculina, respectiva­mente, dessa unidade.

Para Tremembé são encaminhad­os criminosos famosos, devido à repercussã­o dos delitos cometidos, policiais e funcionári­os da Segurança Pública.

Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos pela morte dos pais, em 2002, cumpre pena em Tremembé. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá também estão no complexo, após serem condenados a 31 e 26 anos de prisão, respectiva­mente, pela morte, em 2008, de Isabella Nardoni, 5, filha de Alexandre.

O promotor Paulo de Palma diz que são encaminhad­os para Tremembé acusados de crimes que “não encontram aceitação” no sistema prisional. “São uma alternativ­a necessária para exigir que os presos cumpram as penas, com garantia de sobrevivên­cia.”

Palma diz que o encaminham­ento é decidido pelo gabinete da SAP com “observação” da Promotoria.

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