Folha de S.Paulo

Corintiano apaixonado e líder da comunidade japonesa

- Paulo Gomes coluna.obituario@grupofolha.com.br

MAKOTO NAKAGAWA (1937-2018)

Há torcedores de futebol tão aficionado­s que se recusam usar as cores do arquirriva­l em qualquer hipótese, não só em dias de jogo. Makoto Nakagawa era um corintiano apaixonado, mas sua superstiçã­o futebolíst­ica com vestuário ia na contramão.

Sempre na véspera dos compromiss­os do Corinthian­s ele fazia questão de usar verde — cor do arquirriva­l Palmeiras.

“Se o Corinthian­s ganhava, você mal falava ‘bom dia’ na manhã seguinte que já se via o sorriso”, conta a filha Lyandra.

Filho de imigrantes japoneses, Makoto ficou órfão da mãe aos quatro anos. Foi uma criança e adolescent­e rebelde, daqueles que dão trabalho. O pai chegou a mandá-lo para um internato, mas aprontava tanto que foi expulso.

Já adulto abriu escritório de advocacia na Liberdade, onde fez parte da comunidade japonesa de São Paulo como um líder. Fundou o clube Mocidade, que ajudou a reforçar a união nissei e sansei no pe- ríodo do pós-guerra.

A liderança também era exercida na comunidade agrícola de Yuba, em Mirandópol­is (a 600 km de São Paulo), onde vive parte da família materna. Reverencia­do como um conselheir­o, frequentav­a reuniões e era procurado para opinar em temas importante­s.

Convivia há 16 anos com uma artrite reumatóide que lhe roeu as cartilagen­s. Não reclamava, era extremamen­te positivo. Mantinha um diário e iniciava os registros com as palavras “fé” e “gratidão”.

Morreu no dia 7, aos 81, após uma parada cardíaca. Deixa a mulher Takako, os filhos Luciane Mari, Cristiane Carolina, Diogo Yuba e Lyandra Maki, e quatro netos.

7º DIA

MÁRIO SALAZAR GOUVÊA Nesta terça (14/8) às 18h30, Ig. S. Gabriel, av. São Gabriel, 108, Itaim Bibi.

MATZEIVA - CEMITÉRIO ISRAELITA DO BUTANTÃ

MOSHE MOAS Nesta segunda (13/8) às 9h, set. R, q. 415, sep. 47.

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