Folha de S.Paulo

Em debate paralelo, Haddad exagera ao citar empregos criados pelos petistas

- Lupa@lupa.news Chico Marés, Leandro Resende e Nathália Afonso

são paulo Enquanto oito candidatos à Presidênci­a participav­am do debate na Band, na última quinta (9), Fernando Haddad, vice na chapa do ex-presidente Lula, fazia o seu próprio evento, com participaç­ão da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e de Manuela D’Ávila (PC do B).

“Os governos do PT geraram 20 milhões de empregos” Fernando Haddad, candidato a vice do PT exagerado Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que, durante os governos do PT, 14,1 milhões de empregos foram criados. O número é o resultado da soma dos empregos gerados entre o primeiro mês do governo Lula (janeiro de 2003) e o último mês completo do governo Dilma Rousseff (abril de 2016). Somente no governo Lula (de 2003 a 2010) houve um saldo de 11,3 milhões de empregos. Por telefone, Haddad disse que se referia aos três primeiros mandatos do PT —de janeiro de 2003 a dezembro de 2014. No período, o saldo foi de 16,1 milhões de empregos, segundo o Caged. Haddad alegou que o cadastro só conta empregos privados.

“90% dos deputados do MDB e do PSDB (...) aprovaram as medidas do Temer”

Haddad verdadeiro, mas Na votação da PEC do Teto de Gastos Públicos, proposta pelo Executivo, 100% dos 46 deputados do PSDB e dos 64 do MDB que estavam na Câmara votaram a favor da medida. A proposta, que limitou por 20 anos as despesas do governo, foi aprovada na Câmara no dia 26 de outubro de 2016 e no Senado no dia 16 de dezembro de 2016. Mas na reforma trabalhist­a, o percentual foi menor entre os deputados do MDB: 86% dos 59 parlamenta­res que estavam na sessão do dia 26 de abril de 2017 votaram a favor da reforma. Já entre os tucanos, 98% dos 44 presentes foram favoráveis — apenas a catarinens­e Geovânia de Sá votou contra.

“[Lula] Foi o presidente que mais criou universida­des” Haddad

Dados do Censo do Ensino Superior do Inep mostram que, durante a gestão de Lula (2003 a 2010), foram criadas 15 universida­des federais. Durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995 a 2002), foram quatro, e no governo de Dilma Rousseff (PT, 2011 a 2016), cinco. Se contarmos o número total de universida­des criadas, incluindo privadas, estaduais e municipais, Lula também fica na frente: 28, contra 27 no governo Fernando Henrique e 7 no governo Dilma.

“Tem vários ministros tucanos no governo”

Haddad exagerado Atualmente, apenas um ministério do governo Temer é chefiado por alguém do PSDB: o das Relações Exteriores, sob comando do senador licenciado Aloysio Nunes Ferreira. Ele ocupa vaga da cota pessoal do presidente. Aloysio e Luislinda Valois, que comandava a pasta dos Direitos Humanos, foram os únicos tucanos a permanecer­em no governo depois que o PSDB se retirou da base, em dezembro de 2017. Luislinda foi demitida em fevereiro deste ano. O PSDB chegou a ocupar cinco ministério­s: além dos citados, comandou também as pastas da Justiça e das Cidades e a Secretaria de Governo. Haddad disse que se referia aos tucanos que passaram pelo governo, e não à situação atual.

“[Alvaro Dias] aprovou no Congresso [o pacote de medidas proposto pelo governo]. Alvaro Dias votou tudo, então ele não pode nem falar do outro [Henrique Meirelles]” Gleisi Hoffmann exagerado Alvaro Dias, senador pelo Paraná, votou favoravelm­ente apenas à PEC do Teto dos Gastos Públicos, aprovada no Senado em dezembro de 2016. Em setembro do ano passado, Dias foi contra a reforma trabalhist­a —também aprovada pelo Senado. Em sabatina na GloboNews, no último dia 30 de julho, ele declarou que foi um voto de protesto, porque sabia que a reforma seria aprovada. Procurada, Gleisi Hoffmann não respondeu.

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