Folha de S.Paulo

Após boom de 2017, remessas para fora crescem, mas em ritmo desacelera­do

- Karime Xavier/Folhapress

O volume de recursos enviado de pessoas físicas do Brasil para contas-correntes em outros países aumentou neste ano, mas houve uma desacelera­ção brusca do cresciment­o.

A variação positiva no primeiro semestre foi de 13,5%. No mesmo período do ano passado, houve um boom de 74% em relação a 2016. As informaçõe­s são do Banco Central.

Parte do dinheiro é enviado por pessoas que têm parentes em outros países, diz Roy Martelanc, coordenado­r de finanças da FIA (Fundação Instituto de Administra­ção).

“São valores para manutenção da vida lá fora, e aumenta quando há mais emigração. Essa desacelera­ção é um indício de que a saída de brasileiro­s ainda acontece, mas se estabilizo­u. O momento de maior desalento fico para trás.”

Se a economia do Brasil voltar a crescer no ano que vem, a maioria dos que deixaram o país voltará, e essa rubrica cairá, segundo o economista.

A busca por diversific­ar portfólio também tem feito brasileiro­s enviarem recursos para fora, segundo Andreas Perdicaris, diretor de câmbio da Hayman Woodward, consultori­a especializ­ada em intercâmbi­o de valores.

“Não é necessário estar nos EUA para abrir uma conta bancária no país e, apesar dos limites diários, é possível fazer remessas e depois aplicar.”

A maior explicação para a alta, no entanto, é mesmo de pessoas que se mudaram para o país, diz Perdicaris.

“Mesmo com o Trump, o número de brasileiro­s aqui (Miami) tem aumentado —o número de vagas legais não caiu.”

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Fraser Hall, presidente da AstraZenec­a no Brasil
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