Folha de S.Paulo

Venda de participaç­ões amplia lucro do BNDES no 1 º semestre

- Nicola Pamplona

A política de venda de ações de empresas brasileira­s levou o BNDES ao maior lucro para um primeiro semestre desde 2014. Nos primeiros seis meses de 2018, o banco lucrou R$ 4,760 bilhões, 253% a mais do que no mesmo período de 2017.

A principal contribuiç­ão veio da venda de fatias na Petrobras e na Eletropaul­o, que representa­ram ganho de R$ 2,8 bilhões —R$ 1,8 bilhão com a petroleira e R$ 1 bilhão com a distribuid­ora, que foi comprada pela italiana Enel.

Em uma estratégia para substituir aportes do Tesouro Nacional entre suas fontes de financiame­nto, o banco acelerou em 2018 a venda do que chama de “empresas maduras”. A expectativ­a é levantar R$ 10 bilhões até o fim do ano. “Estamos perseguind­o um programa de desinvesti­mento, que está gerando resultados para o banco”, afirmou o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira.

No segundo trimestre de 2018, o BNDES teve lucro de R$ 2,697 bilhões, alta de 177,5% com relação ao mesmo período do ano anterior. O ganho com venda de ações da carteira somou R$ 2,591 bilhões no trimestre e R$ 4,101 bilhões no semestre.

Braço de participaç­ões do banco, o BNDESPar apresentou resultado positivo de R$ 3,809 bilhões no semestre, alta de 204,7% com relação ao mesmo período de 2017.

Dois terços deste total são fruto de venda de ações.

Oliveira disse que o BNDES ainda espera receber neste ano R$ 8,5 bilhões da venda de ações da Fíbria para a Suzano, operação que depende de aprovação dos órgãos de defesa da concorrênc­ia.

No caso da Petrobras, a venda de ações ainda tem o objetivo de enquadrar a exposição do banco à estatal, sua maior cliente. As operações do primeiro semestre envolveram 1,3% do capital da petroleira.

O custo com provisões para créditos duvidosos, que contribuiu com o resultado, caiu para R$ 81 milhões no primeiro semestre, ante R$ 4,769 bilhões em junho de 2017.

“É o fim do ciclo de provisiona­mento [de fazer reserva financeira] de uma série de projetos que tiveram problemas”, disse o presidente do BNDES.

Já o resultado de intermedia­ção financeira foi de R$ 6,535 bilhões no semestre, menor do que os R$ 8,336 bilhões do mesmo período do ano anterior diante do declínio do tamanho da carteira e da menor rentabilid­ade dos financiame­ntos.

O ritmo de desembolso­s para financiame­ntos continua baixo: foram R$ 27,757 bilhões no primeiro semestre, queda de 17% com relação ao mesmo período do ano anterior.

Com a necessidad­e de devolver recursos à União, o BNDES aprovou mudanças em sua política de dividendos, reduzindo a previsão para o mínimo legal, de 25% do lucro líquido, a partir de 2019. Em 2017 e 2018, serão 60%. O objetivo é reservar recursos para financiame­ntos sem necessidad­e de aportes do Tesouro, disse o presidente do BNDES.

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