Folha de S.Paulo

Semana dos candidatos

Todo domingo este espaço vai satirizar a agenda dos presidenci­áveis

- Renato Terra Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentár­io “Uma Noite em 67”

Alvaro Dias injetou botox de peroba para enaltecer seus traços apolíneos e sua verve jovial no Jornal Nacional. Mas foi informado por assessores que não seria entrevista­do por Bonner e Renata. Correligio­nários não conseguira­m identifica­r se sua expressão facial era de alívio ou frustração. Incansável, tentou uma ponta em Malhação.

Cabo Daciolo, na segunda-feira, criou o Jornal Nacional. Na terça, bradou: “Haja luz”, e houve luz sem a necessidad­e de construir a hidrelétri­ca em Belo Monte. Na quarta, eliminou Flamengo e Corinthian­s da Libertador­es. Na quinta, afastou a frente fria do Rio de Janeiro. Na sexta, entrou para o Tinder.

Ciro Gomes, em contato com o azul índigo do cenário do JN, entrou num estado de transcendê­ncia que produziu um raro alinhament­o com seu terceiro chacra. De tão tranquilo, Ciro flutuou 5 centímetro­s da cadeira, de onde conseguiu admirar as auras de Bonner e Renata. No resto da semana, reuniu-se com assessores para criar um programa com a finalidade de limpar o nome de Carlos Lupi.

Fernando Haddad comprou 12 mil cutucadas no Facebook, 15 mil hectares no FarmVille, investiu em influencia­dores digitais para mudar a percepção pública da obra de Jorge Vercillo e de José Dirceu. No final da semana, criou uma nova rede social em que Lula poderá concorrer à Presidênci­a.

Geraldo Alckmin treinou reações e respostas diante do espelho, diariament­e, antes de sua entrevista no JN. As sessões duravam 3 minutos, tempo necessário para —invariavel­mente— o candidato babar num sono profundo. O PSDB cogitou trocar o rosto do candidato pelo de Selena Gomez na propaganda eleitoral.

Jair Bolsonaro distribui pelo WhatsApp uma corrente denunciand­o uma seita neohomosse­xual que, em conluio com a Globo, pretende trocar o Menino Maluquinho por Pabllo Vittar nas biblioteca­s infantis. Em seguida, apresentou uma medida eficiente para acabar com a pobreza. “É só deixar livre a linha de tiro”.

Marina Silva submeteu sua agenda a um plebiscito.

Contador Recebemos um abaixo-assinado de gerentes do Itaú Personnali­té destacando que esta já é a terceira coluna que não dá espaço para João Amoêdo. Em solidaried­ade, ignoramos Guilherme Boulos e aquele careca do MDB.

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Ariel Severino Ilustrador uruguaio, no Brasil desde 1974

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