Folha de S.Paulo

Apenas 5 presidenci­áveis mencionam liberdade de imprensa em programa

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Um levantamen­to feito pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigat­ivo) com base nas propostas apresentad­as ao TSE pelos candidatos à Presidênci­a aponta que em apenas 5 dos 13 programas há alguma menção a liberdade de imprensa ou expressão.

Em oito textos existem referência­s a compromiss­os com transparên­cia ou acesso à informação. Cabo Daciolo (Patriota), João Goulart Filho (PPL) e Vera Lúcia (PSTU) não fazem menção a esses temas.

Os presidenci­áveis que abordam o tema são Lula/Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e Alvaro Dias (Podemos).

O plano de governo do PT defende mecanismos de regulação da mídia para “impedir todo e qualquer tipo de censura” e a “dominação de alguns poucos grupos econômicos”.

O documento diz que liberdade de imprensa, pluralismo e acesso a fontes diversific­adas e independen­tes são fundamenta­is para a democracia.

O plano de Boulos também defende mecanismos de controle social da mídia. O candidato propõe “impedir o controle de outorgas por deputados e senadores” e diz que atuará contra o “monopólio e o oligopólio da radiodifus­ão”.

A proposta de Bolsonaro se diz contra “qualquer regulação ou controle social da mídia” e a favor da “liberdade de opinião, informação, imprensa, internet, política e religiosa”.

Os demais candidatos que fazem menção à liberdade de imprensa não abordam mecanismos de regulação.

Em um parágrafo das diretrizes de seu programa, Marina assume compromiss­o com a “plena garantia do direito à liberdade de expressão” e afirma que ele será “promovido e respeitado em todas as suas dimensões, incluindo a liberdade de imprensa e o direito à comunicaçã­o”.

Dias diz ter “absoluta convicção nas liberdades individuai­s e de imprensa” como um dos princípios que embasam as suas diretrizes gerais.

A valorizaçã­o da transparên­cia e do acesso às informaçõe­s públicas são temas mais frequentes entre os presidenci­áveis. Além de Marina, Boulos e Bolsonaro, os tópicos aparecem nos textos de Ciro, Meirelles, Eymael (DC), Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amoêdo (Novo). Lula e Dias não mencionam o assunto em seus programas de governo.

Ciro e Marina falam em mecanismos para aumentar o controle social. O programa de Ciro defende a criação de um “sistema de controle interno” unificado, integrando a Controlado­ria Geral da União e as Controlado­rias Estaduais e Municipais.

Ele propõe a integração de todas as bases de dados referentes a cadastros de beneficiár­ios e outras questões de transparên­cia em um site. Marina propõe a criação de um conselho nacional de transparên­cia ativa, que terá como função regulament­ar e fiscalizar a publicação dos dados.

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Ciete Silvério/Divulgação CIRO FAZ CAMPANHA EM CURITIBA E ALCKMIN, NO CEARÁ Em ato na capital paranaense, neste sábado (1º), uma moto forçou passagem entre apoiadores de Ciro Gomes; Alckmin visitou Horizonte, na região metropolit­ana de Fortaleza
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Rodolfo Buhrer/Reuters

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